sábado, 30 de junho de 2012

Evangelho: belicoso.

"Temos mostrado a ação nociva do liberalismo religioso, que timbra em deformar nos católicos as virtudes mais adequadas à luta e ao combate, criando assim o tipo ridículo do “carola” inofensivo e inepto, que o próprio liberalismo é o primeiro a estigmatizar afirmando que a Igreja não é capaz de produzir figuras diversas desta.

Se o liberalismo se empenhou particularmente em iludir as massas católicas a respeito da virtude da fortaleza, é certo que outra virtude, a da perspicácia, também tem sido muito combatida pela propaganda liberal. Muitos católicos se terão por certo espantado quando afirmamos que o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo é uma inigualável escola de energia e heroísmo no sentido mais belicoso da palavra. Sua surpresa não será menor se lhes dissermos hoje que o Evangelho é uma inigualável escola de perspicácia, e que Nosso Senhor Jesus Cristo inculcou reiteradamente esta virtude".

(Plínio Correa de Oliveira)

Fonte: Legionário, nº 475, 19 de outubro de 1941.

terça-feira, 26 de junho de 2012

São Josemaria Escrivá, fundador do Opus Dei.

Josemaría Escrivá nasceu em Barbastro (Huesca, Espanha) no dia 9 de Janeiro de 1902. Os pais chamavam-se José e Dolores que deram aos filhos uma profunda educação cristã.

Em 1915 faliu o negócio do pai, que era um industrial de tecidos, e ele teve de mudar-se para Logronho, onde encontrou outro trabalho. Nessa cidade, Josemaría apercebe-se da sua vocação pela primeira vez: depois de ver na neve umas pegadas dos pés descalços de um frade, intui que Deus deseja qualquer coisa dele, embora não saiba exactamente o que é. Pensa que poderá descobri-lo mais facilmente se se fizer sacerdote e começa a preparar-se para tanto, primeiro em Logronho, e mais tarde no seminário de Saragoça. Estuda Direito como aluno voluntário. O pai morre em 1924, e ele fica como chefe de família. Recebe a ordenação sacerdotal em 28 de Março de 1925 e começa a exercer o seu ministério numa paróquia rural e, depois, em Saragoça.

Em 1927 muda-se para Madrid, com autorização do seu bispo, com o objectivo de se doutorar em Direito. Aí, no dia 2 de Outubro de 1928, no decorrer de um retiro espiritual, vê aquilo que Deus lhe pede e funda o Opus Dei. Desde então começa a trabalhar na fundação, ao mesmo tempo que continua exercendo o ministério sacerdotal, especialmente entre pobres e doentes. Além disso, estuda na Universidade de Madrid e dá aulas para manter a família.

Quando rebenta a guerra civil encontra-se em Madrid, e a perseguição religiosa obriga-o a refugiar-se em diversos lugares. Exerce o ministério sacerdotal clandestinamente, até que consegue sair de Madrid. Depois de ter atravessado os Pirenéus, fixa residência em Burgos.

Acabada a guerra, em 1939, regressa a Madrid e obtém o doutoramento em Direito. Nos anos que se seguem dirige numerosos retiros para leigos, para sacerdotes e para religiosos.

Em 1946 fixa residência em Roma. Faz o doutoramento em Teologia pela Universidade Lateranense. É nomeado consultor de duas Congregações da Cúria Romana, membro honorário da Academia Pontifícia de Teologia e prelado honorário de Sua Santidade. De Roma desloca-se, em numerosas ocasiões, a diversos países da Europa - e em 1970 ao México -, a fim de impulsionar o estabelecimento e consolidação do Opus Dei nessas regiões. Com o mesmo objectivo, em 1974 e em 1975, realiza duas longas viagens pela América Central e do Sul, onde, além disso, tem reuniões de catequese com grupos numerosos de pessoas.

A Santa Missa era a raiz e o centro da sua vida interior. O sentido profundo da sua filiação divina, vivido numa contínua presença de Deus Uno e Trino, levava-o a procurar em tudo a mais completa identificação com Jesus Cristo, a uma devoção terna e forte a Nossa Senhora e a S. José, a um trato habitual e confiado com os Santos Anjos da Guarda e a ser um semeador de paz e de alegria por todos os caminhos da terra.

Mons. Escrivá oferecera a sua vida, repetidas vezes, pela Igreja e pelo Romano Pontífice. O Senhor acolheu esta oferta e Mons. Escrivá entregou santamente a alma a Deus, em Roma, no dia 26 de Junho de 1975, no seu quarto de trabalho.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

O poeta e o historiador

Uma coisa é escrever como poeta, e outra como historiador; o poeta pode contar ou cantar as coisas não como foram, mas como deviam ser, e o historiador há de escrevê-las, não como deveriam ser, mas como foram, sem acrescentar nem tirar à verdade a mínima coisa.
                                                              (Miguel de Cervantes Saavedra, no livro Dom Quixote).

quarta-feira, 6 de junho de 2012

«Creio na ressurreição dos mortos e na vida do mundo que há-de vir» (Credo)

Cardeal Joseph Ratzinger (Papa Bento XVI)
Mitarbeiter der Wahrheit (Viver a própria fé) 


O cristianismo não promete apenas a salvação da alma, algures no Além, onde todos os valores e as coisas preciosas deste mundo desapareceriam, como se se tratasse de um cenário que tivéssemos construído e que nessa altura desapareceria. O cristianismo promete a eternidade daquilo que se realizou nesta terra.


Deus conhece e ama este homem total que somos actualmente. Portanto, é imortal tudo aquilo que cresce e se desenvolve nesta nossa vida de agora. É através do nosso corpo que sofremos e amamos, que esperamos, que experimentamos a alegria e a tristeza, que progredimos ao longo do tempo. Tudo o que assim cresce na nossa vida presente, tudo isso é imperecível. É, pois, imperecível aquilo em que nos tornámos no nosso corpo, aquilo que cresceu e amadureceu no coração da nossa vida, em ligação com as coisas deste mundo. É o «homem total», tal como se situou neste mundo, tal como viveu e sofreu, que será um dia levado para a eternidade de Deus e que tomará parte, no seio do próprio Deus, na eternidade. Isto deve inundar-nos duma alegria profunda.