Desabafo do amigo
Paulo Henrique Cremoneze no Facebook. Sintetiza e exterioriza a indignação de muitos católicos que como ele, são também escrachados, perseguidos, caluniados por relativistas, marxistas, politicamente corretos, etc., no mundo virtual (e real) por simplesmente exporem sua Fé.
Impressionante o excesso de sensibilidade que ronda o FB. Aliás, com perdão por aparente esnobismo, o FB anda muito Orkut para o meu gosto. Basta publicar algo que diga respeito à defesa da honra, da moral, da tradição, dos valores em geral e uma saraivada de críticas é disparada com raiva canina.
O patrulhamento ideológico dos partidários do relativismo moral é sufocante, opressivo, cáustico. Se a publicação for relativa à Igreja Católica, pior ainda. E se for a respeito do santo Padre, o Papa Bento XVI, então é um "Deus-nos-acuda". Publiquei algo voltado aos católicos, elogiando a qualidade de Bento XVI como teólogo, nada além, nada aquém, mesmo assim o caos se fez presente por meio de vários comentários infelizes.
Haja paciência, haja bondade e haja misericórdia. Não foi uma publicação sobre o Papa defendendo a liturgia, as tradições da Igreja, a família tradicional, etc., enfim, não tratava de assunto sensível algum. Uma mera publicação elogiando-o como teólogo, só isso. Aí surge um e diz que o pensamento teológico do Papa não tem validade porque muito influenciado pela doutrina da Igreja Católica.... dá para acreditar!!!!!????????? Ele é o Papa, chefe de estado e chefe de governo da cidade do Estado do Vaticano, um estado teocrático e é o líder espiritual de quase dois bilhões de católicos de todo o mundo... sua teologia há de ser inspirada em que doutrina religiosa? A xintoísta? A hindu? A mulçumana? Ora, por favor... o pior é que quem fez tal afirmação NUNCA se deu ao trabalho de ler um artigo sequer do Papa, quiçá uma obra (um Papa que é estimado por intelectuais protestantes e judeus) e se põe a falar o que não sabe. E tanto não sabe que o Papa conhece muito sobre outras religiões, talvez mais que a maioria dos seus próprios partidários. É um defensor do diálogo ecumênico, sem perdas de identidades, e do diálogo inter-religioso. Seu melhor amigo fora dos meios eclesiais, aliás, é um teólogo luterano, famoso professor universitário alemão.
Mas, segundo o sujeito em questão, o Papa é intolerante e, pasmem, muito católico. Pergunto novamente, dá para acreditar? Depois, surge outro, completamente alucinado, que efetivamente não leu o que de fato escrevi nos comentários, e desfere agressões gratuitas à mim e a Santa Igreja, fazendo uso de toda sorte de adjetivos indecorosos e levianos, e sentindo-se autorizado a fazer uma rota e puída análise psicológica a meu respeito. Não, não dá para ser manso e humilde com um sujeito assim, desqualificado em todos os sentidos.
Sei que a minha afirmação não é nada cristã, mas reconheço que preciso e muito melhorar no caminho rumo à santidade de vida. Por enquanto, o simples fato de apenas bloquear o pobre coitado já foi muito para mim. Segurar a mão e escrever o que senti vontade de escrever foi uma vitória monumental. Talvez a inveja o tenha instigado a agredir tanto. Pois é, as pessoas agem por inocência, impulso jocoso, ignorância e às vezes por má-fé.
Todo o mundo tem o direito de opinar e todo o mundo pode estar certo ou errado. Eu já errei, já fui agressivo, já me retratei. Não fui, contudo, leviano em momento algum. Não é a contenda que me irrita, tampouco o debate. Não tenho melindres e agüento pancadas, algumas até merecidas, numa análise sincera de consciência. E quem escreve, quem se expõe está sujeito a isso mesmo. Não reclamo disso e não é essa a essência deste meu desabafo.
O que me irrita é a má-fé, a vulgarização ou a marmorização da inteligência. Quem não sabe ler, o chamado analfabeto funcional, não pode opinar. Tem que ficar quieto, instruir-se mais ou, aceitando sua mediocridade, esforçar-se para melhorar. É um fato que muito aproveita quem o leva em conta: não se deve opinar sobre o que não se sabe, muito menos atacar com base em falsas premissas e deformação da verdade.
O falecido cardeal Álvaro Portillo, um elegante sacerdote espanhol, disse que a pior mentira é uma meia-verdade. Pois é.... nessa esteira, ouso afirmar, correndo o risco de ser indevidamente interpretado, que existem espaços onde a tal “democratização” se transforma em banalização.... pode ser pedante o que afirmarei agora, mas a aristocracia do bom-senso precisa ocupar espaços, urgentemente. Afinal, o Deus que é amor, Jesus, que deu a vida na cruz, foi claro e taxativo, como nos mostra a santa Bíblia: não devemos atirar pérolas aos porcos.... estou cansado, enfatizo, cansado de tanta coisa sem sentido... viva o Brasil “socialista”, o que eleva o efêmero ao nível do valor.... vivemos tempos, como disse Pondé, de “churrasco na laje” e eu ouso acrescentar: “rodas de pagode e festas ao som de música sertaneja, bermudões e chinelos, o Brasil da vulgaridade, o Brasil das telenovelas como fontes culturais, o Brasil do falso intelectualismo, do pensamento comum, vulgar, medíocre, dos líderes semi-alfabetizados ou guerrilheiros, dos mensaleiros, dos universitários usuários de drogas e vestidos com camisetas do Che Guevara, o Brasil em que uma “Paulo Coelhada” tem mais valor do que a doutrina de um pensador, um filósofo, um homem compromissado com a verdade, seja no meio religioso, seja no meio social em geral”.
Às vezes penso em me calar, recolher-me, afinal, modéstia à parte, dentro do um microuniverso, ainda que periférico, tenho um nome e uma imagem a zelar, mas o silêncio, o silêncio referente ao bom combate, não é o meu estilo e ele seria subconscientemente interpretado como covardia, recuo não estratégico, mas acomodamento puro. Por isso, vencido este desabafo, seguirei adiante, rezando pelas almas dos opositores, claro, mas com um porrete na mão DIREITA à espera, pois é marcial isso, “ao inimigo com sede no deserto, areia goela abaixo”.
Paulo Henrique Cremoneze