sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Missa de frente para Deus - versus Deum - também no rito novo?




Por Dr. Rafael Vitola Brodbeck

Muitos pensam que o Missal de 1970, o Novus Ordo, instituindo a nova forma de celebrar a Missa romana, modificou a direção a qual deve estar voltado o sacerdote celebrante. Ledo engano, a posição do ofertante foi mantida a mesma. É o que informam recentes documentos da Sagrada Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, bem como o próprio Papa Bento XVI, à época Cardeal Joseph Ratzinger, prefeito da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, em entrevista por ocasião do lançamento de seu livro “O espírito da liturgia”. Também das próprias rubricas do Missal Romano de Paulo VI encontramos as informações que confirmam tal ensino: o sacerdote deve, segundo tais textos, durante a Liturgia Eucarística, “voltar-se para o povo” durante alguns atos; isto significa que, se deve voltar-se ao povo, é porque antes estava voltado ad Orientem. “Estes avisos que em certos momentos o sacerdote esteja ‘voltado para o povo’ seriam supérfluos, se o sacerdote durante toda a celebração ficasse atrás do altar e frente ao povo.” (RUDROFF, Pe. Francisco. Santa Missa, Mistério de nossa Fé. 1996, Serviço de Animação Eucarística Mariana, Anápolis, com apresentação de Dom Manoel Pestana Filho, Bispo Diocesano de Anápolis, p. 110, nota 37; cf. ELLIOTT, Mons. Peter. Cerimonies of the Modern Roman Rite, 1995, Ignatius Press, San Francisco, p. 23)

Isso, aliás, não é nenhuma surpresa, uma vez que nunca a posição ad Orientem foi expressamente proibida por algum decreto, nem esse foi o desejo dos Padres do Concílio Vaticano II, autor da reforma litúrgica. Outrossim, essa é a forma histórica de oferecimento da Missa, observada inclusive pelos ritos orientais.

Mesmo assim, ainda que a norma seja a manutenção da direção do sacerdote ad Orientem, também conhecida como versus Deum foi permitida pela reforma a posição versus populum, i.e., voltado para o povo, atrás do altar, forma, aliás, que se disseminou mundialmente, tornando-se bastante popular, por força da Instrução Geral do Missal Romano.

Uma
nota publicada, em 1993, pela Sagrada Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos , em seu boletim Notitiae, reafirmou o valor de ambas as opções, celebração versus populum ou versus Deum, de modo que quaisquer dúvidas devem ser dissipadas.

O motivo da celebração versus Deum, ad Orientem, é principalmente o reforço do caráter do sacerdote como sendo o próprio Cristo, seu sacerdócio unido, pela Ordem, ao de Nosso Senhor e Salvador. Assim, “de costas para o povo”, o padre está, na verdade, à sua frente, como líder, como aquele que, em nome da humanidade, mostra-se diante de Deus, e, agindo Cristo por Ele, oferece um sacrifício. Virando-se para os fiéis nos momentos oportunos, é o representante de Deus que nos dá a bênção. E, desse modo, por ser Cristo Deus e Homem ao mesmo tempo, o padre, se é Seu ministro, age ora representando a humanidade ora a divindade, e a Única Pessoa de Jesus, em Suas duas naturezas, mediante o sacerdócio dos que Lhe são especialmente consagrados pelo sacramento da Ordem, oferece Seu sacrifício por nossos pecados.

“(...) a imolação incruenta, por meio da qual, depois de pronunciadas as palavras da Consagração, Jesus Cristo torna-se presente sobre o altar no estado de Vítima, é levada a cabo somente pelo sacerdote, enquanto representante da Pessoa de Cristo, e não enquanto representante da pessoa dos fiéis.” (Sua Santidade, o Papa Pio XII. Encíclica Mediator Dei)

Além do quê, na Missa, mesmo versus populum, sempre estamos “de costas” uns para os outros. Que mal há no padre também ficar?

Mais ainda, ele não está simplesmente dando as costas ao povo, mas virando-se, junto com ele, para a mesma direção. O sacerdote, na Missa versus Deum, posiciona-se exatamente com o restante dos fiéis: todos miram o mesmo alvo, todos olham para o mesmo lugar, todos estão alinhados, como um verdadeiro povo, à frente do qual está o sacerdote, seu líder. Interessante é observar que os setores liberais e progressistas, defendendo a exclusividade da Missa versus populum, acabam criando um clericalismo que eles mesmos criticam, opondo sacerdote e fiéis uns aos outros.

Além disso, por óbvio centra a atenção do povo no sacerdote e a atenção do sacerdote no povo, ao invés de ambos centrarem-se em Deus. O culto versus populum acaba, na prática, favorecendo o antropocentrismo. Evidentemente, nem todos os que celebram versus populum assim o fazem, pois é perfeitamente possível a Missa externamente voltada para o povo e, ao mesmo tempo, espiritualmente centrada em Deus. “Quando o sacerdote celebra versus populum, sua orientação espiritual deveria ser sempre versus Deum per Iesum Christum [para Deus, por meio de Jesus Cristo].” (Cardeal Joseph Ratzinger, A introdução do decano do Sacro Colégio ao livro de Uwe Michael Lang, in 30 Dias, disponível em http://www.30giorni.it/br/articolo.asp?id=3510) Entretanto, ainda que a versus populum não seja, em si, antropocêntrica ou negadora da absoluta centralidade de Cristo na Eucaristia, não há como negar que a celebração versus Deum favorece, pela posição do sacerdote, a centralização da Missa em Deus.

Sem dúvida que em qualquer posição, o padre olha para Deus. Mas a posição versus Deum é mais simbólica nesse sentido. Até porque, por tal argumento, deveríamos, então, em vez de olhar para o altar, olharmos todos uns para os outros. O padre não fica "de costas, propriamente, mas "olhando na mesma direção que nós".

Posição esta que é tradicional não só no rito romano (seja o tradicional, seja o novo - apesar de, nesta última forma, não ser tão comum), como nos ritos orientais (e mesmo nos demais ritos latinos).

“Sobre a orientação do altar para o povo, não há sequer uma palavra no texto conciliar. Ela é mencionada em instruções pós-conciliares. A mais importante delas é a Institutio generalis Missalis Romani, a Introdução Geral ao novo Missal Romano, de 1969, onde, no número 262, se lê: “O altar maior deve ser construído separado da parede, de modo a que se possa facilmente andar ao seu redor e celebrar, nele, olhando na direção do povo [versus populum]”. A introdução à nova edição do Missal Romano, de 2002, retomou esse texto à letra, mas, no final, acrescentou o seguinte: “Isso é desejável sempre que possível”. Esse acréscimo foi lido por muitos como um enrijecimento do texto de 1969, no sentido de que agora haveria uma obrigação geral de construir - “sempre que possível” - os altares voltados para o povo. Essa interpretação, porém, já havia sido repelida pela Congregação para o Culto Divino, que tem competência sobre a questão, em 25 de setembro de 2000, quando explicou que a palavra “expedit” [é desejável] não exprime uma obrigação (...).” (Ratzinger, op. cit.)

“Por último, penso que se o sacerdote rezasse, em algumas ocasiões, a Liturgia Eucarística versus Deum – algo perfeitamente possível segundo as normas atuais –, isso também ajudaria a perceber qual é a orientação espiritual da Liturgia – em direção a Deus, o que não significa nenhum desprezo do Povo. Aliás, alguém diz para a pessoa do banco da frente: ‘você está de costas para mim’?; ou que os noivos, no sacramento do Matrimônio, estão de ‘costas para o povo’?” (BELLO, Joathas, Algumas reflexões sobre a liturgia, disponível em
http://ictys.blogspot.com/2005/10/algumas-reflexes-sobre-liturgia.html)
Em resumo, no Novus Ordo Missae, na forma de rito romano promulgada por Paulo VI, em uso na Igreja Ocidental desde então, pode o sacerdote, sem problema algum nem oposição dos superiores ou dos Ordinários, celebrar "de costas aos fiéis", na posição versus Deum, tradicional, própria, e muito mais rica dos pontos-de-vista teológico, histórico e mesmo espiritual. Longe de afastar os fiéis, essa prática só os faz crescer ainda mais na compreensão do mistério da Cruz, tornado presente em cada Santa Missa. Tomara essa posição do sacerdote seja revalorizada, para que o antropocentrismo dê lugar a quem de direito, ainda mais na Missa, Cristo Rei, que no altar, invisível e incruentamente, se imola ao Pai por nós. Mais elevados espiritualmente, melhores cristãos sairão os fiéis de uma Missa em que se observe até mesmo esse aparente detalhe da posição do celebrante: embora, substancialmente, a Missa seja a mesma, tal elemento acidental muito favorece a que tenhamos a correta apreensão da idéia de sacrifício, além de acrescentar à sacralidade do rito e à piedade de todos os que dela tomam parte, transmitindo a riqueza multissecular da Santa Igreja Católica.


Dr. Rafael Vitola Brodbeck
advogado - OAB/RS 57.887
Pelotas/RS

sexta-feira, 27 de junho de 2008


Há uns dois sábados atrás, teve ordenação na Catedral. Ordenação de três diáconos. Matheus, meu filho mais velho, ajudou como acólito. O garoto estava radiante. Estava, talvez tão feliz quanto quanto os novos diáconos. Para ele foi algo incomum. Servir à Igreja numa festa tão bonita. Trabalhou das nove horas até às treze e trinta. Depois foi recompensado com os outros acólitos com um belo almoço no Seminário Diocesano. Mas quem mais fica feliz com tudo isso, sou eu. É gratificante para um pai católico ver seus filhos envolvidos com a Santa Igreja. Numa época tão anticatólica, é algo esperançoso.

Ainda neste dia pude ter outra satisfação: logo após deixar o Matheus na Catedral e levar minha mãe até o Banco, dei a volta no Largo. A rua lateral à Catedral estava com o transito congestionado. Bem lento, devido aos ônibus e carros que despejavam pessoas para a missa de ordenação. Muita gente de fora. Muitos padres. Novos e veteranos. Como o transito estava lento, acendi um Benson&Hedges mentolado e acompanhava tranqüilamente o vagaroso movimento dos carros. Aproximando-me do final da Catedral e próximo ao Seminário, percebo que um padre "novinho" usando um terno negro e clergyman abençoava os motoristas da frente. E isto exatamente porque estava caracterizado devidamente como um sacerdote da Igreja Católica. Ao passar ao lado dos carros, os motoristas pediam-lhe a benção. E ele prontamente assinaláva-os com o sinal da cruz. E o que mais me impressionou foi a alegria estampada no rosto do jovem sacerdote. Não pestanejei. Assim que o padre passou ao meu lado, logo roguei a ele: Sua benção, padre!

Se nossos sacerdotes soubessem a importância de se identificarem como tais, jamais deixariam de usar ao menos o clergyman.

Maria Porta do Céu

Há alguns anos, vi uma apresentação na então nascente TV Canção Nova. Era o cantor de uma banda, se não me engano do Vida Reluz (não estou muito por dentro de bandas católicas) acompanhado por um coral. A musica era fantástica. Uma homenagem a Maria Santíssima. Lembro-me que ficava arrepiado no refrão. A empolgação do maestro (negro e grisalho) levou-me às lágrimas. O amor daquelas pessoas por Maria era contagiante. O tempo passou. Encontrei no youtube a música com uma bela apresentação de imagens da Virgem. Nem imaginava que a música era do Pe. Fábio de Mello.

Que a Virgem interceda por todos nós.


sexta-feira, 21 de março de 2008

Manhas para Age of Mythology - The Titans



Para arrasar no Mythology:
Durante o jogo, pressione Enter e digite os seguintes códigos:

JUNK FOOD NIGHT - 1000 de comida.
ATM OF EREBUS - 1000 de ouro.
TROJAN HORSE FOR SALE - 1000 de madeira.
MOUNT OLYMPUS - 200 de Favor.
BAWK BAWK BOOM - Ativa o god power chamado Chicken Storm.
DIVINE INTERVENTION - Ativa todos os god power já usados.
GOATUNHEIM - Ativa o god power goatunheim, que transforma todos em cabras.
FEAR THE FORAGE - Ativa o god power Walking berry bushes.
WRATH OF THE GODS - Ativa o god power Lightning storm, earthquake, meteor, tornado.
L33T SUPA H4X0R - Construções muito mais rápidas.
WUV WOO - Um hipopótamo rosa voador se junta ao seu exército.
TINES OF POWER - Um gigante com um tridente se junta ao seu exército.
LAY OF THE LAND - Mostra o mapa completo.
UNCERTAINTY AND DOUBT - Oculta uma parte do mapa.
O CANADA - Um urso que usa uma capa com a bandeira do Canadá se junta ao seu exército.
I WANT TEH MONKEYS!!!1! - Coloca vários macacos na tela.
PANDORAS BOX - Consegue novos god powers.
IN DARKEST NIGHT - O jogo fica a noite.
RED TIDE - A água fica vermelha.
SET ASCENDANT - Mostra todos os animais do mapa.
CONSIDER THE INTERNET - Deixa as unidades mais lentas.
ISIS HEAR MY PLEA - No modo de campanha, faz aparecer todos os heróis.
CHANNEL SURFING - Vai para a próxima fase.
THRILL OF VICTORY - Ganha a fase atual.
ZENOS PARADOX - Deixa o jogador com vários god powers aleatórios.
TINFOIL HAT - Muda aleatóriamente o dono de todas as unidades do mapa.
TITANOMACHY - Consegue um Titan.
RESET BUTTON - Todas as contruções do mapa são destruidas.
ATLANTIS REBORN - Deixa você com todos os heróis da campanha.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

São Bento, rogai por nós!


Sábado, recebi uma injeção de ânimo. Enfim nem tudo está perdido. Levei minha mãe ao encontro mensal dos Oblatos do Mosteiro das Monjas Beneditinas de Caxambú - MG.

Numa diocese onde predomina, mesmo que inconscientemente (por parte dos leigos) a herética Teologia da Libertação, temos um oásis onde beber a saudável água do catolicismo conservador.

As monjas são maravilhosas. Vivem com amor a Santa Regra do Pai São Bento. Transmite-nos, em meio a uma simplicidade invejável, a verdadeira face cristã. São hospitaleiras, caridosas, amorosas, conselheiras e obedientes à Regra e à Igreja.

Tive a oportunidade de testemunhar a presença de um padre de alguma paróquia da Diocese, em retiro no Mosteiro. Vi o sacerdote rezar a Noa e as Vésperas junto com as monjas. Partes em latim, partes em vernáculo. Apesar da voz masculina, não destoou das monjas. Neste fato notável, pude perceber que apesar de suas idéias libertárias, no momento de reflexão, descanso e alimento espiritual, buscam os TL's a paz e o silêncio de um mosteiro beneditino. Não é em uma CEB ou em meio a uma pastoral marxista que encontrará forças para dirigir uma paróquia durante mais um ano. Não é em meio a bateria e guitarra que encontrará a paz, mas sim na divina música gregoriana, sem nenhum instrumento musical que saciará sua sede do sagrado.


Não entendo o porque de os TL's abominarem o latim, língua oficial da Santa Igreja. Não entendo porque combatem a tradição. Enfim, não entendo porque no extremo do stress, buscam justamente no silêncio de um mosteiro conservador e sua liturgia com momentos em latim, a paz interior de que tanto necessitam.

Glossário:
retirado de http://www.mosteiro.org.br/Textos/VBeneditina/VB_08.htm

Noa (15h): lembra a oração de Pedro e João no Templo, onde Pedro curou o paralítico,conforme At 3,1. Lembra também a morte de Jesus na Cruz, segundo Mt 27,46.

VÉSPERAS: As Vésperas recebem seu nome do astro luminoso Vésper (Vênus), que começa a brilhar logo que caem as trevas da noite. Celebradas à tarde, ao declinar do dia, conclui o dia e dá início à noite, agradecendo a Deus os dons por ele recebidos naquele dia. Elas lembram também que o cristão deve cultivar a esperança da vinda definitiva do Reino de Deus, que se dará no fim da jornada deste mundo, quando habitaremos a Jerusalém celeste, onde não se precisará mais da lâmpada nem da luz do sol. Os cristão celebram as Vésperas e repetem com os discípulos de Emaús: "Permanece conosco, pois cai a tarde e o dia já declina" (Lc 24,29).

sábado, 29 de dezembro de 2007

Assim na Terra como no Céu


Por Affonso Romano de Sant'Anna(1)


Estado de Minas, segunda-feira, 29 de maio de 2006

Você pode virar pastor e fundar sua própria igreja como rentável negócio terrestre e celeste em apenas 90 dias. Está lá no anúncio da Assembléia de Deus: "Formação de pastor a R$ 600, mestre em Bíblia a R$ 1.300 e doutor em divindade R$ 1.500. Faça o curso por correspondência e tenha a sua própria igreja! Em 90 dias, receba o diploma e a carteirinha em casa".

Leio uma reportagem no Jornal do Brasil que diz que esse é um próspero investimento. As igrejas assim fundadas movimentam R$ 3 bilhões por ano e geram 2 milhões de empregos. É o negócio da fé daqueles que acreditam com fé neste negócio. Não é à toa que isto já está mobilizando 30 milhões de fiéis. Eu diria, "sócios" em vez de fiéis.

Como alguns leitores sabem, este cronista que vos aborrece teve uma formação protestante e, portanto, tem um certo conhecimento do que está falando. Estava até predestinado a ser pastor. Mas naquele tempo, as igrejas protestantes (que não se confundem com essas "seitas evangélicas" de hoje) eram uma meia dúzia só. E não havia pastor rico. E a preparação de um pastor era algo mais sério. Começava como "aspirante ao ministério" na adolescência. Depois enfrentava mais seis anos de Faculdade de Teologia, na qual se estudava até grego.

Agora acabo de saber que existe o "kit pastor". Você vira pastor pela internet, conforme modelo propalado pela Igreja Universal, que para isto tem apostilas e CDs.

Quão distante estamos do tempo dos profetas bíblicos em que Samuel ouvia a voz que o chamava vocacionalmente, quando Moisés ouvia o Senhor na sarça ardente e quando São João Batista, ouvindo também o chamado celeste, ia viver no deserto comendo gafanhoto e mel silvestre.

É aterrorizante o que leio sobre o "kit pastor": "O curso tem cinco módulos. No primeiro, o aluno tem aulas de história da religião. Depois recebe noções de administração para aplicar na igreja. Em seguida, os pastores aprendizes têm aulas de oratória e aprendem técnicas de persuasão. A última parte do curso é jurídica".

Em muitos desses programas de televisão, que se pretendem religiosos, percebe-se claramente que houve uma inversão no discurso: os pastores estão prometendo a felicidade aqui na Terra, não mais lá no Céu. É um detalhe importantíssimo. É como se esse papo de eternidade tivesse perdido seu charme. Então, prometem que quem mais colabora dando dinheiro, mais rico vai ficar aqui mesmo. É um discurso mais eficaz. Porque deixar para depois, para o improvável? Vamos tentar agora. Acho que o Procon deveria cuidar deste problema, já que cuida dos direitos do consumidor diante de propaganda e produtos enganosos.

E nisto tudo há ainda outro detalhe econômico. Como abrir uma igreja implica isenção de tributos e como há sempre pessoas ingênuas e carentes, o negócio é dos melhores. Um grande negócio. Assim na Terra como no Céu. Amém.

(1)AFFONSO ROMANO DE SANT'ANNA - 69 anos, mineiro de Belo Horizonte, poeta, cronista, conferencista e escritor, diplomado pela Faculdade de Letras de BH, professor de literatura brasileira na Universidade da Califórnia (EUA) e Colônia (Alemanha)

Fonte: Editora Cléofas

sábado, 9 de junho de 2007


Sexta-feira, por volta das 17 horas, parei o carro em frente a casa de minha sogra. Rotineiramente. A Helen desceu. Vi o Pe. Vicente estacionando seu carro logo mais à frente. Haverá missa na Igreja das Dores, pensei. Desci do carro e ao invés de entrar na casa da sogra, caminhei para a Igreja.

A pequena igreja, construida em 1799, estava quase vazia. No máximo umas 20 pessoas. Pensei com meus botões: bem que o padre poderia nos oferecer a Santíssima Eucaristia sob as duas espécies. Pensamento rápido, sem maiores pretenções. Em seguida já estava compenetrado na Santa Missa.

E não é que na hora de recebermos a Comunhão, o Pe. Vicente nos convida a receber a Hóstia Santa embebida no Sangue?

Sei que quando recebemos apenas o Pão, alí está transubstanciado o Corpo e o Sangue, a Alma e a Divindade de Jesus, Nosso Deus e Senhor. Mas quando recebo sob as duas espécies, sempre sinto uma sensação diferente. Quero sentir aquele sabor por muito tempo em minha boca. Só que é muito rápido. Mas é maravilhoso.

Comunguei e fiquei de joelhos em meu lugar. Só que não conseguia e não mais queria me levantar. Sentia-me tão bem, que queria prolongar infinitamente aquele momento. O padre aspergiu agua benta em todos, deu a benção final, a cantora terminou o cantico final, as pessoas deixando a igreja e eu ali. Não conseguia me mover. Como sentia-me bem na presença de Deus. Como é bom receber o Sacramento do Amor.

Quando sai da igreja, não sabia para onde deveria (ou queria) me dirigir.
Creio que recebi uma "gota" do que nossos irmãos que estão na Visão Beatífica recebem infinitamente.

Graças e louvores se dêem a todo momento. Ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento.

domingo, 3 de junho de 2007

Missa da Santíssima Trindade



Todos conhecem a célebre passagem de Santo Agostinho de Hipona, doutor da Igreja, teólogo patrístico:
mais fácil seria meter o mar num dedal
do que entender racionalmente o mistério da Santíssima Trindade


E "maravilhosamente", inspiradamente, as nossas catequistas na missa com crianças, conseguiram explicar-nos como funciona a Trindade! É muito fácil: Deus é a água ( dentro de uma jarra de suco), Jesus é açúcar (cristal!) e o Espírito Santo é o suco de uva. Misturamos os três e pronto: Eis aí a Santíssima Tindade! Simples assim.

Meus Deus! Como Agostinho era burro! Não conseguiu perceber algo tão óbvio.

E mais: para que seguir o Missal? Isso é retrógrado. É voltar para antes do Vaticano II. Onde as teias de aranha imperavam em nossa Igreja. Para que ouvir a homilia? Nosso grupo de leigos o fazem tão bem. Viu como é fácil entender a Santíssima Trindade? Sem essa de que leigo não deve fazer a homilia. Seguir o Missal para que? Isso é passado.

Cantemos a musiqueta trideísta - "Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo (viram? 3 deuses) e hereticamente louvemos a Santíssima Trindade.

Catequisemos erroneamente nossas crianças em nome de missas (Sacrifício de Jesus) com igreja cheia e alegre. Depois não sabemos por que tantos católicos abandonam a Igreja e vão para as seitas. Católico ignorante torna-se protestante.


Aliás, a Missa não é catequese. Missa é a celebração da Paixão de Jesus. Por que desvirtuá-la? Por que não seguir o Missal? Por que não ouvem os apelos de Bento XVI?