São Tiago de Sarug (c. 449-521), monge e bispo sírio |
Homilia sobre o véu de Moisés
O Reino do Céu é comparável a um rei que preparou um banquete nupcial para o seu filho
Nos Seus desígnios misteriosos, o Pai tinha preparado uma esposa para o Seu Filho único e tinha-lha apresentado sob as imagens da profecia. [...] Moisés escreveu no seu livro que «o homem deixará o pai e a mãe, para se unir à sua mulher; e os dois serão uma só carne» (Gn 2,24). O profeta Moisés falou-nos nesses termos do homem e da mulher para anunciar Cristo e a Sua Igreja. Com olhar agudo de profeta, viu Cristo tornar-Se um com a Igreja, graças ao mistério da água: viu Cristo atrair a Si a Igreja desde o seio virginal, e a Igreja atrair a si a Cristo na água do baptismo. O Esposo e a Esposa ficaram assim inteiramente unidos duma maneira mística; foi por isso que Moisés, com a face velada (Ex 34,33), contemplou Cristo e a Igreja: a um chamou «homem» à outra «mulher», para evitar mostrar aos hebreus a realidade em toda a sua clareza. [...] O véu ainda cobriria esse mistério durante algum tempo: ninguém conhecia o significado dessa grande imagem; ignorava-se o que ela representava.
Depois da celebração das núpcias, veio Paulo. Viu o véu que cobria todo esse esplendor, e levantou-o, para revelar Cristo e Sua Esposa ao mundo inteiro. Mostrou que era mesmo a eles que Moisés tinha descrito na sua visão profética. Exultando de divina alegria, o apóstolo proclamou: «Grande é este mistério» (Ef 5,32). Revelou o que representava essa imagem velada a que o profeta chamava homem e mulher: «Eu interpreto-o como sendo Cristo e a Igreja; [...] serão os dois uma só carne» (cf Ef 5,31).
Fonte: Evangelho Cotidiano
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