O sistema de notação musical moderno teve suas origens nos NEUMAS (do latim: sinal), pequenos símbolos que representavam as notas musicais em peças vocais do chamado “Canto Gregoriano”, por volta do século VIII (cerca do ano 700 depois de Cristo).
Inicialmente, esses neumas eram posicionados sobre as sílabas do texto e serviam como um lembrete da forma de execução para os que já conheciam a música.
Os primeiros neumas, apenas com marcas junto das palavras. Fragmento de Laon, Metz, meados do séc. X Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Neuma |
No início do uso da pauta usava-se apenas uma linha colorida, datada do século IX. Tempos depois outras linhas foram sendo acrescentadas, o pentagrama que usamos hoje, estabelecido no século XI, foi definitivamente usado a partir do século XVII. (Fonte: Verbete "Pauta", in Wikipédia, apud Bucher, 2003, p.10)
Fonte: Wikipédia. |
As pautas surgiram na Idade Média. Foram aperfeiçoadas por Guido D'Arezzo para representar as alturas das notas musicais, suas durações e o compasso da música, nos ensinamentos de música e no canto gregoriano. As primeiras pautas tinham uma única linha e eram colocadas sobre a letra da canção. A altura era representada pela distância das notas em relação à linha. Como isso não era muito preciso, o sistema evoluiu gradativamente para uma pauta de quatro linhas, chamada de tetragrama.
Guido D'Arezzo. Fonte: Color Music |
Grande parte do desenvolvimento da notação musical deriva do trabalho do monge católico italiano Guido d’Arezzo, que viveu no século X d.C. Ele criou os nomes pelos quais as notas são conhecidas atualmente (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si). Esses nomes foram tirados de um hino chamado Hino a S. João Batista. Segundo Kurt Pahlen (em Nova História Universal da Música), o hino latino era usado naquela época pelos meninos cantores para abrir seu canto, pedindo a S. João que lhes concedesse belas vozes. Nesta época o chamado sistema tonal ainda estava sendo desenvolvido. Guido d’Arezzo adotou uma pauta musical de quatro linhas. Depois do século XII foi adotado o pentagrama, isto é, a pauta de cinco linhas que ainda é o padrão hoje em dia.
Hino a São João Batista
Ut queant laxis,
Resonare fibris,
Mira gestorum,
Famuli tuorum,
Solve polluti,
Labii reatum
Sante Iohannes
Tradução aproximada:
“Para que os vossos servos possam cantar livremente as maravilhas dos vossos feitos, tirai toda mácula do pecado dos seus lábios impuros. Oh, São João!"
Estátua de Guido D'Arezzo. Fonte: Color Music. |
Mais tarde, a palavra Ut foi substituída pela sílaba Dó, porque ela era difícil de ser falada (trocada pela primeira sílaba do nome do compositor e teórico italiano Giovanni Battista Doni (1595/1647). Ele fez isso com o objetivo de facilitar o solfejo no idioma italiano). O Si foi formado da união da primeira letra de Sancte e da primeira de Iohannes.
Fonte: DivulgaMat (neste link você pode OUVIR em gregoriano, a pauta acima, cantada). |
Fontes:
Nenhum comentário:
Postar um comentário