sábado, 28 de abril de 2007

Dialeto e Regionalismo




Tenho observado nos últimos anos, o triste abandono de nosso sotaque mineiro, arrastado e caipira, por parte dos intelectuais ou não, de nossa região. Aqueles que deveriam preservar nossa cultura, tentam – e estão conseguindo - matar nosso dialeto regional. É absurdo o número de oradores (professores, agentes de pastorais, locutores de rádios, apresentadores de eventos, etc.) que usam o sotaque carioca e belo-horizontino em suas falas. Não deveriam envergonhar-se da pronúncia de sua região. Ao contrário, deveriam orgulhar-se de terem um diferencial marcante. Assim como nossos compatriotas de outras regiões fazem questão de mostrar sua origem: paulistas, pernambucanos, cearenses, gaúchos, fluminenses, etc. Só o sul-mineiro tem vergonha de expor sua progênie.

Conversando com uma sobrinha, indignei-me ao saber que uma professora a repreendeu por falar “porta” caipiramente, ou seja, arrastando o R como usamos naturalmente em nossa região, desde o nascimento. Talvez esta professora tenha nascido em outro estado e está querendo puxar a sardinha para o seu lado. Só que ela não pode humilhar seus alunos por terem uma pronúncia diferente da sua. Afinal seus alunos nasceram no sul de Minas e é assim sua expressão desde que aprenderam a falar.

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