quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Não se perderá um só cabelo da vossa cabeça


Em que é que os julgamentos de Deus são justos? No sentido em que é pelo esforço e pelas dificuldades que chegamos à recompensa do céu. Assim como, pelo julgamento dos homens, é atribuída a coroa de um prêmio aos atletas que lutam, assim também a palma da vitória é concedida pelo juízo de Deus aos cristãos que combatem (cf 1 Cor 9,25). «Ao que vencer, farei que se sente Comigo no meu trono» diz o Senhor (Ap 3,21).

Tal como a prata se purifica pelo fogo, assim também a nossa vida é provada pelo fogo, a fim que a força da nossa virtude se manifeste nos combates. [...] Na verdade, fazemos alguma coisa de especial louvando a Deus no bem-estar, quando nada de desagradável nos perturba? O que é admirável é louvares o juízo de Deus no meio de dificuldades e aflições, não te revoltares nas privações, não permitires que estas te impeçam de louvar a Sua justiça. Quanto maior for a provação, maior o consolo que te está reservado. No entanto, para não caíres, quanto mais estiveres exposto às rudes dificuldades, mais deverás rezar ao Verbo de Deus para que te dê forças.



Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja 
10º Sermão sobre o Salmo 118 

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Chorando com Cristo

Não desprezes o pecador, porque todos nós somos culpados. Se por amor a Deus te insurges com ele, em vez disso chora por ele. Por que o desprezas? Despreza os seus pecados, e reza por ele, para fazeres como Cristo, que não Se irritou contra os pecadores, mas rezou por eles (cf. Lc 23,34). Não viste como Ele chorou sobre Jerusalém? Porque também nós, mais do que uma vez, fomos joguetes do demônio  Por quê desprezar alguém que foi, como nós, joguete do diabo que troça de todos nós? Porque desprezas o pecador, tu, que não passas de um homem? Será porque ele não é justo como tu? Mas onde está a tua justiça, uma vez que não tens amor? Por que não choraste por ele? Em vez disso, persegue-o. É por ignorância que alguns se irritam contra os outros, eles que acreditam ter o discernimento das obras dos pecadores.

Santo Isaac, o Sírio (século VII), monge em Nínive, perto de Mossul 
Discurso ascético, 1 ª Série, n º 60 


Sobre Santo Isaacpoucos católicos no ocidente conhecem a santidade e a riqueza espiritual desse monge. Se por um lado seus escritos são focados na necessidade das lágrimas e do arrependimento, por outro, poucos foram capazes de expressar tão bem o amor e a misericórdia de Deus até então. Sua homilias e escritos confortarão todas as almas afligidas pelo pecado.

           Sentinela no Escuro

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Escolas e professores podem ser processados por danos morais causados aos alunos

Com abertura de processo contra escolas e professores, baseado no art. 12 da Convenção Americana dos Direitos Humanos (Brasil é signatário), gerando multas de  20 mil reais (ou mais), podemos ver uma luz no fim do túnel.

"Nosso conselho é processar por danos morais as escolas e os professores que transmitirem aos seus filhos conteúdos que se chocarem com os seus valores e convicções. Além do dano moral causado aos seus filhos – o que precisa ser avaliado caso a caso –, há o dano decorrente da violação a sua autoridade moral. Em situações como essas, dependendo do caso, as indenizações podem passar de R$ 20 mil.
Ou, se quiserem agir preventivamente, ajuízem, com base no art. 12 da CADH, ações para que as escolas e os professores dos seus filhos sejam obrigados a se abster, sob pena de multa, de veicular conteúdos morais nas disciplinas obrigatórias..."


Leia na íntegra o artigo do advogado Miguel Nagib, coordenador do grupo Escola Sem Partido, no Jornal Gazeta do Povo:


Conteúdo imoral na escola



Texto da Convenção Americana sobre os Direitos Humanos:

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Academia da Latinidade criada por Bento XVI


2012-11-10 Rádio Vaticana

Bento XVI instituiu neste dia 10 de Novembro com Carta Apostólica “Motu Próprio” a Pontifícia Academia de Latinidade, dependente do Conselho Pontifício para a Cultura. 

Na base da instituição desta Academia está o facto de a língua latina, antes tida em alta consideração na Igreja católica, estar hoje a correr o risco de sair das esferas de atenção, mesmo no âmbito dos estudos filosóficos e teológicos dos futuros padres. Isto devido à diminuição do interesse, na cultura contemporânea, pelos estudos humanísticos. Mas, sublinha o Papa, neste mundo que dá grande valor à ciência e à tecnologia, nota-se, ao mesmo tempo, um renovado interesse pela cultura e pela língua latinas. E isto não só em países que afundam as próprias raízes culturais na herança greco-romana, como também noutras nações de tradições diferentes. Tal interesse envolve seja académicos e instituições, seja jovens e estudiosos de várias partes do mundo. Daí a urgência – escreve o Papa – de apoiar o empenho no sentido dum maior conhecimento e dum uso mais competente da língua latina, tanto no meio eclesial, como no mais vasto mundo da cultura.

Para dar relevo a este esforço, é oportuno adoptar métodos didácticos apropriados às novas condições e à promoção de uma rede de relações entre Instituições Académicas e entre estudiosos, a fim de valorizar o rico e multiforme património da civilização latina. Foi, portanto, para ajudar na concretização destes objectivos que Bento XVI na linha dos seus predecessores instituiu esta Pontifícia Academia de Latinidade, com um próprio Estatuto experimental por um período de cinco anos.

Com a criação desta nova Academia, a Fundação Latinitas, constituída pelo Papa Paulo VI, a 30 de Setembro de 1976, é extinta – escreve Bento XVI no referido Motu Próprio. A nova Academia será regida por um Presidente e um Secretario nomeados pelo Papa e ainda por um Conselho Académico. 

Fonte: NEWS.VA

A música sacra pode favorecer a fé


Bento XVI à Associação Italiana Santa Cecília

Imagem: Associação de Adoradores do Santíssimo Sacramento
«A música sacra pode favorecer a fé e cooperar para a nova evangelização». Disse o Papa aos participantes no congresso nacional das Scholae cantorum organizado pela Associação Italiana Santa Cecília, recebidos sábado 10 de Novembro, na Sala Paulo VI. Falando do primeiro aspecto, o da fé, Bento XVI repropôs a vicissitude de Santo Agostinho «para cuja conversão contribuiu a escuta do cântico dos Salmos e dos hinos, nas liturgias presididas por Santo Ambrósio. De facto, se a fé nasce sempre da escuta da Palavra de Deus – explicou – não há dúvida de que a música e sobretudo o canto confere à recitação dos salmos e dos cânticos bíblicos maior força comunicativa». E entre os carismas de Ambrósio «havia precisamente o de uma aguda sensibilidade e capacidade musical». Quanto à relação entre canto sacro e nova evangelização, o Pontífice reevocou a experiência do poeta francês Paul Claudel, que se converteu ouvindo o hino do Magnificat durante as vésperas de Natal
 
11 de Novembro de 2012

sexta-feira, 9 de novembro de 2012


Comentário ao Evangelho segundo S. João 2,13-22, por Santo Aelredo de Rielvaux (1110-1167), monge cisterciense

Sermão 8 para a a festa de São Bento 

Ouvimos muitas vezes dizer que Moisés, depois de ter conduzido Israel para fora do Egipto, construiu no deserto um tabernáculo, uma tenda de santuário, graças às doações dos filhos de Jacob. [...] É preciso ver, como diz o apóstolo Paulo, que tudo isso era um símbolo (1Co 10,6). [...] Sois vós, meus irmãos, que sois agora o tabernáculo de Deus, o templo de Deus, como explica o apóstolo: «O templo de Deus é santo, e esse templo sois vós.» Templo onde Deus reinará eternamente, vós sois a Sua tenda, pois Ele acompanha-vos no caminho; Ele tem sede em vós, tem fome em vós. Essa tenda continua a ser transportada [...] pelo deserto desta vida, até chegarmos à Terra Prometida. Então a tenda tornar-se-á Templo e o verdadeiro Salomão dedicá-lo-á «durante sete dias mais sete dias» (1R 8,65), isto é, durante o duplo repouso [...] da imortalidade para o corpo e da beatitude para a alma.

Mas, de momento, se somos verdadeiros filhos espirituais de Israel, se saímos espiritualmente do Egipto, façamos todos oferendas para a construção do tabernáculo [...]: «Cada um recebe de Deus o seu próprio carisma, um de uma maneira, outro de outra» (1Co 7,7). [...] Que tudo seja, portanto, comum a todos. [...] Que ninguém considere o carisma que recebeu de Deus como seu bem pessoal; que ninguém tenha ciúmes dum carisma que o seu irmão tenha recebido. Mas cada um considere aquilo que lhe pertence como sendo de todos os irmãos, e não hesite em considerar como seu o que é de seu irmão. Segundo o Seu desígnio misericordioso, Deus age para connosco de modo que todos tenhamos necessidade dos outros: o que um não tem, pode encontrá-lo no irmão. [...] «Os muitos que somos formamos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros que pertencem uns aos outros» (Rm 12,5).