quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Liturgia bizantina Hino acatista à Mãe de Deus (séc. VII)


Evangelho segundo S. Lucas 1,39-45.
Por aqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade da Judeia.
Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel.
Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.
Então, erguendo a voz, exclamou: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.
E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor?
Pois, logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio.
Feliz de ti que acreditaste, porque se vai cumprir tudo o que te foi dito da parte do Senhor.» 

«O menino saltou de alegria no meu seio»
Com o Menino em seu seio, Maria dirigiu-se à pressa para casa de sua prima Isabel. Ao ouvir a saudação de Maria, logo o menino se regozijou, saltando de alegria como que para cantar à Mãe de Deus:
Alegra-te, tu que és botão da flor imortal
Alegra-te, tu que és pomar de onde brota o fruto de vida
Alegra-te, jardim do Senhor, amigo dos homens (Sb 1,6)
Alegra-te, gérmen do crescimento da vida
Alegra-te, tu que és campo onde se produz a abundância da redenção
Alegra-te, mesa santa da reconciliação para o pecado
Alegra-te, tu que nos cultivas um jardim de beleza
Alegra-te, tu que preparas, para a nossa alma, um refúgio de paz
Alegra-te, que és incenso de oferenda agradável a Deus (Gn 8,21)
Alegra-te, pois que em ti o universo inteiro encontra reconciliação
Alegra-te, tu que és graça de Deus para todos os homens
Alegra-te, advogada nossa junto do Senhor
Alegra-te, Esposa não desposada


Ficou o prudente José em extrema perturbação, com a alma sacudida por uma tempestade de pensamentos: ele, que era conhecedor da tua virgindade, agora duvidava de ti, ó mãe imaculada. Mas, quando soube que O que tivera sido gerado em ti provinha do Espírito Santo (Mt 1,20), exclamou: «Aleluia, aleluia, aleluia».


Quando os pastores ouviram os anjos cantar a incarnação de Cristo, correram para junto do seu Bom Pastor, a contemplar o Cordeiro recém-nascido no colo de Maria. Exultaram, cantando:
Alegra-te, mãe do Cordeiro e do Bom Pastor (Jo 1,29; 10,14)
Alegra-te, redil onde as ovelhas se reúnem (Jo 10,16)
Alegra-te, protecção contra os lobos que as arrebatam (v. 12)
Alegra-te, pois tu abres as portas do paraíso 
Alegra-te, pois os céus rejubilam com a terra (Lc 2,14) 
Alegra-te, pois os homens exultam com os anjos
Alegra.te, pois tu dás segurança à palavra dos apóstolos
Alegra-te, pois tu dás força ao testemunho dos mártires
Alegra-te, coluna firme que nos seguras a fé  
Alegra-te, pois tu conheces o esplendor da graça
Alegra-te, pois que por ti os infernos se esvaziaram
Alegra-te, pois, por ti, nos cobrimos de glória
Alegra-te, Esposa não desposada. [...]


Quando contemplamos este singular nascimento, sentimo-nos estranhos no mundo habitual e o espírito volta-se para as realidades do alto, porque foi descendo aqui, humilhando-Se, que o Altíssimo Se revelou aos homens, para elevar todos os que Lhe cantam: «Aleluia, aleluia, aleluia». 


Giovani Rodrigues

domingo, 30 de outubro de 2011

Lula e a Saúde.

Foto: Paulo H Cremoneze
Comentário do amigo Paulo Henrique Cremoneze* no Facebook:
Com muita delicadeza e cuidado escreverei este comentário.

Ninguém deve ficar realmente feliz com a enfermidade grave de um inimigo. Não suporto o Lula e acho bom para o Brasil e para o mundo que ela suma do mapa, mas não posso tripudiar sobre o câncer dele por dois motivos: 1) respeito e 2) prudência

1) RESPEITO aos amigos que passaram ou passam pela doença ou têm familiares vitimados ou sofrendo seus efeitos nocivos;

2) PRUDÊNCIA: pois amanhã, eu mesmo dela poderei ser vítima ou ter alguém próximo e amado.

Vejam os amigos que nem cheguei a invocar a fé em Deus, no meu caso o catolicismo, porque reconheço que talvez em se tratando de Hugo Chavez, Fidel Castro, Lula, Dilma, eu me deixasse seduzir pelo sentimento farisaíco e teologicamente incorreto de "castigo de Deus ou justiça Divina aos ímpios".

Bem, todos sabemos que por meios lícitos ou ilícitos o Lula tem condições financeiras, desde que fundou o PT, para arcar com o tratamento médico num hospital de ponta como o Sírio-Libanês.

Mas, como ex-Presidente e figura pública, alguém que entre outras imbecilidades disse que o Brasil, hoje, é melhor que a Europa e os EUA, alguém que arrota ter mudado o país para melhor em tudo, ele não deveria dar o exemplo e, confiando no gestor público, a tara de todo socialista, inimigo da iniciativa privada e das privatizações, e tratar-se na rede pública de saúde, no SUS?

Os socialistas e marxistas não são coerentes: berram contra o sistema capitalista mas adoram iphones, ipads, hospitais particulares, vinhos caros, bons restaurantes, enfim, são mal-nascidos ou despidos da meritocracia e, portanto, auto-condenados ao fracasso. Amargos e recalcados, invejam as "elites" e se encastelam nos meios públicos para conseguirem o que são incapazes de conseguir pelo berço, pelo nome ou pelo mérito, em síntese, trabalho honesto, mas no fundo, no fundo, tudo o que querem é estar no mesmo clube dos que invejam e satanizam, mesmo que seja pelas portas dos fundos, já que sempre lhes faltará algo: honra!

Lula, vá para o SUS e aí sim até rezarei por você!
 *Paulo Henrique Cremoneze é Mestre em Direito Internacional e Teólogo. Mora em Santos, SP.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Batismo do café - Imbecilidade no Enem 2011

Questão fútil, irrelevante e sem base nenhuma que verifiquei no caderno do Enem (clique no link para ver o caderno na íntegra) prestado por meu filho neste final de semana:

Questão nº 40

"O café tem origem na região onde hoje se encontra a Etiópia, mas seu cultivo e consumo se disseminaram a partir da Península Árabe. Aportou à Europa por Constantinopla e, finalmente, em 1615, ganhou a cidade de Veneza. Quando o café chegou à região europeia, alguns clérigos sugeriram que o produto deveria ser excomungado, por ser obra do diabo. O papa Clemente VIII (1592-1605), contudo, resolveu provar a bebida. Tendo gostado do sabor, decidiu que ela deveria ser batizada para que se tornasse uma "bebida verdadeiramente cristã". THORN, J. Guia do café. Lisboa: Livros e livros, 1998 (adaptado)

A postura dos clérigos e do papa Clemente VIII diante da introdução do café na Europa Ocidental pode ser explicada pela associação dessa bebida ao

A) ateísmo

(B) judaísmo
(C) hinduísmo
(D) islamismo
(E) protestantismo"

De onde tiraram esta coisa ridícula? Papa batizando uma planta... Como pode uma mentira deste tamanho ser questão de uma prova que dá entrada ao mundo acadêmico? A Educação no Brasil não é séria. Definitivamente.

Giovani Rodrigues

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Patriotismo!

Desabafo no Facebook do amigo Dr. Rafael Vitola Brodbeck, católico, Delegado de Polícia e um apaixonado pelo seu Rio Grande do Sul e pelo Brasil profundo. Suas palavras fazem despertar no coração um verdadeiro amor à Pátria. Um sentimento profundo e verdadeiro. Bem diferente da ojeriza, vulgarização, rejeição, deboche que nos impõe e a nossos filhos, os socialistas/comunistas (políticos, jornalistas, professores, etc) da atualidade.

Dr. Rafael Vitola Brodbeck.
Sonho com um Brasil patriota de verdade... A "redemocratização" de 85 conseguiu acabar com a pátria, acabar com o sadio ufanismo, acabar com o orgulho de pertencer a uma nação. Aliás, acabaram com a nação e a substituíram pelo Estado. Não servimos mais à pátria, servimos a uma burocracia estatal.
Copiamos dos EUA só o que o esquerdismo/liberalismo americano importa: ONGs, pró-gays, pró-aborto, putaria, verdes ecologicamente corretos, laicismo... Agora, as virtudes dos EUA nós não copiamos, como o patriotismo, o culto à história nacional, o apoio às forças armadas, o respeito aos policiais, o valor dos símbolos, a profundidade religiosa (a ponto de constar nas cédulas "In God We Trust" e se cantar "God bless America" nos eventos oficiais).
E isso que o Brasil não inventaria nada se "copiasse" isso dos EUA, porque ÉRAMOS patriotas. Lembro de estudar OSPB e Moral e Cívica no colégio. Lembro de paradas da juventude. Lembro de ser escoteiro orgulhoso do meu uniforme e ralar muito em acampamento (hoje, os escoteiros da maioria dos grupos da UEB são umas dondocas que não levam nem sua mochila, não ralam, não pagam apoio nem tem um fardamento, mas uma camiseta com jeans).
Lembro de ver livros dos meus pais contando a história dos VULTOS DA PÁTRIA. Lembro de ter selos em minha coleção filatélica com eventos históricos. Antigamente, se comemorava o 13 de Maio, o Dia do Fico, o Dia da Bandeira... Hoje é Dia "da Consciência Negra" e outras bobagens esquerdopatas.
Pobre nação a que não cultua sua história!
Ao menos o meu Rio Grande se escapa (UM POUCO), pois ainda temos orgulho de nosso 20 de Setembro e de nossos heróis, Bento Gonçalves, David Canabarro, General Neto, Gumercindo Saraiva, Gaspar Martins etc
O patriotismo brasileiro (das grandes paradas militares e estudantis, do estudo dos vultos, de saber de cor quem eram Osório, Tamandaré, Caxias, D. Pedro I e II, Princesa Isabel, D. João, Barroso) foi destruído. No seu lugar ficou o "patriotismo" alegrinho, descompromissado, sem conteúdo, fútil: o "patriotismo" de meramente se pintar de verde e amarelo na Copa, de chorar ao ouvir o hino (cuja letra, aliás, mal conhece), de desfraldar a bandeira só em jogo da Seleção ou no 7 de Setembro, de ser "crítico" (e isso significa desvalorizar nossos vultos, debochar da Família Imperial, como na diabólica "Quinto dos Infernos", e exaltar comunistas, assaltantes de banco, terroristas e desertores do Exército), o "patriotismo" do "samba, mulata e futebol", de achar que a grande contribuição cultural do Brasil é colocar mulher pelada na Sapucaí em fevereiro, em brincar de cidadão marchando contra a corrupção (mas sem mencionar Lula, Dilma, Zé Direceu, mensalão, dólar na cueca).
Poderíamos aprender com os americanos e com os argentinos, que desfilam até em honra das Malvinas, uma guerra que PERDERAM!!!!
No Uruguai, ao falar em Artigas, todos se emocionam. E aqui? Nos emocionamos com "Pelé, o Rei do Futebol", com "Lula, o Filho do Brasil", com "Ayrton Senna do Brasil"... Que triste! Claro que podemos ter admiração por ídolos do esporte, como na Argentina se venera o Maradona e como nos EUA se colecionam cards das estrelas do baseball, mas aqui pára nisso. Não vamos além. Podemos gostar do Pelé e do Senna (do Lula não, que é um oportunista que estaria em cana, se fosse nos EUA), poderíamos ter figurinhas, torcer, chorar, mas saber que, além desses, existiram pessoas que deram seu sangue à pátria, que lutaram e tomaram tiro e espadada pra defender a Terra de Santa Cruz. Duvido que um retardado de 15 anos hoje saiba quem foi Osório, quem foi Barroso, quem foi Tamandaré, quem foi Tiradentes, quem foi Bento Gonçalves, quem foi Caxias, quem foi a Princesa Isabel, quem foram os Andradas, quem foi Marcílio Dias, quem foi Joaquim Nabuco, o que fez de importante a FEB na II Guerra... Nada, somos uns boçais!
Para piorar, ainda criam o mito de que "o melhor do Brasil é o brasileiro" e que "o brasileiro não desiste nunca". Isso NÃO é patriotismo. Isso é ideologia. É repetir tanto uma idéia, mesmo contrária à realidade, para que essa seja moldada conforme aquela. Ora, o ladrão, o estuprador, o vagabundo que não trabalha, também são brasileiros, e nem por isso são o melhor. Temos que amar nossa história, nossas guerras, os atos heróicos, a firmeza de nossos antepassados, os colonizadores, os bandeirantes, os jesuítas, os índios, os negros, os brancos, os imigrantes, os que se uniram em Guararapes contra o inimigo holandês, os que defenderam o Rio contra os franceses, os que tombaram na Guerra do Paraguai, os conquistadores de Monte Castelo na II Guerra, o brio dos abolicionistas, os que defenderam nossa independência como Maria Quitéria, os corajosos como Princesa Isabel com sua Lei Áurea...
Não exaltamos nossa liberdade, exceto para distorcer seu conceito e associá-lo às idéias de esquerda.
Não exaltamos nossa história, exceto as páginas negras dos terroristas dos anos 60 e 70, hoje transformados em heróis com gordas indenizações pagas com nossos tributos.
Não honramos nosso hino nem nossa bandeira: apenas o cantamos e nos cobrimos com ela quando a Seleção joga.
Rimos dos soldados, achamos careta servir à pátria, tripudiamos de policiais civis e militares, achamos babaca acordar cedo no 7 de Setembro para assistir desfile. Nem mesmo a TV aberta passa o desfile mais...
PELA RESSURREIÇÃO DO BRASIL PROFUNDO E VERDADEIRO, ESSE QUE OS COMUNISTAS SEQUESTRARAM! PELO BRASIL QUE FOI TERRA DE SANTA CRUZ, E NÃO POR ESTE QUE EXPULSA CRISTO DOS TRIBUNAIS!
              

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Milagre de Nhá Chica é aprovado por unanimidade pela comissão médica do Vaticano


         Na manhã desta sexta-feira, 14 de outubro, recebemos uma correspondência de Dom Diamantino onde ele comunica:
            “Ontem recebi uma comunicação do postulador, Dr. Paulo Vilotta. A comissão médica da Congregação das Causas dos Santos analisou o "milagre" ocorrido por intercessão da Venerável Serva de Deus Nhá Chica em favor da senhora Ana Lúcia. Todos os 07 médicos deram voto favorável: a cura não tem explicação científica”.
          A grande graça atribuída a Nhá Chica refere-se a professora Ana Lúcia Meirelles Leite, moradora de Caxambu, Minas Gerais. Ana Lúcia foi curada de um problema congênito muito grave no coração, sem precisar passar por cirurgia, apenas pelas orações de Nhá Chica. O fato se deu em 1995.

          Desta forma, a Venerável Serva de Deus dá mais um paço em direção à beatificação. Em janeiro deste ano foram reconhecidas suas virtudes heroicas e ela foi proclamada “venerável”. Só resta agora, passar pela comissão de Cardeais e Bispos que devem confirmar a opinião dos médicos e depois, o Santo Padre Bento XVI, assinar o decreto de beatificação e marcar a data.

          Dom Diamantino conclui:
          “Dando graças a Deus, pedimos que se intensifiquem as orações, para que a Igreja eleve à honra dos altares uma autêntica brasileira: negra, filha de escrava e analfabeta. Mas mulher agraciada com dons e cheia de virtudes”.


quinta-feira, 29 de setembro de 2011

S. Miguel, S. Gabriel e S. Rafael, Arcanjos

São Miguel Arcanjo
Neste dia a Igreja universal celebra a festa dos arcanjos São Miguel, São Gabriel e São Rafael.

"Miguel" que significa: "Quem como Deus?" é o defensor do Povo de Deus no tempo de angústia. É o padroeiro da Igreja universal e aquele que acompanha as almas dos mortos até o céu.

















São Gabriel Arcanjo


 "Gabriel" - que significa "Deus é forte" ou "aquele que está na presença de Deus" - aparece no assim chamado evangelho da infância como mensageiro da Boa Nova do Reino de Deus, que já está presente na pessoa de Jesus de Nazaré, nascido de Maria.

É ele quem anuncia o nascimento de João Baptista e de Jesus. Anuncia, portanto, o surgimento de uma nova era, um tempo de esperança e de salvação para todos os homens. É ele quem, pela primeira vez, profere aquelas palavras que todas as gerações hão-de repetir para saudar e louvar a Virgem de Nazaré: "Ave, cheia de graça. O Senhor é convosco".








São Rafael Arcanjo

"Rafael"- que quer dizer "medicina dos deuses" ou "Deus cura" - foi o companheiro de viagem de Tobias. É o anjo benfazejo que acompanha o jovem Tobias desde Nínive até à Média; quem o defende dos perigos e patrocina o seu casamento com Sara. É ele quem tira da cegueira o velho Tobias. É aquele que cura, que expulsa os demónios. São Rafael é o companheiro de viagem do homem, seu guia e seu protector nas adversidades.














«Bendizei o Senhor todos os Seus anjos, [...] que executais a Sua vontade» (Sl 102,20-21)
 
Celebramos hoje a festa dos santos anjos. [...] Mas que podemos dizer destes espíritos angélicos? Eis o que nos diz a fé: acreditamos que eles gozam da presença e da visão de Deus, que possuem uma felicidade sem fim, os bens do Senhor que «nem o olho viu, nem o ouvido ouviu, nem jamais passaram pelo pensamento do homem» (1Cor 2,9). O que pode um simples mortal dizer sobre este assunto a outros mortais, ele que é incapaz de conceber tais coisas? [...] Se é impossível falar da glória dos santos anjos em Deus, podemos pelo menos falar da graça e do amor que eles manifestam relativamente a nós, pois gozam, não apenas de uma dignidade incomparável, mas também de um espírito de serviço cheio de bondade. [...] Não podendo compreender a sua glória, deixamo-nos prender tanto mais fortemente à misericórdia de que estão cheios estes familiares de Deus, cidadãos do céu e príncipes do paraíso

O próprio apóstolo Paulo, que contemplou com os seus olhos a corte celestial e que conheceu os seus segredos (2Cor 12,2), atesta que todos os anjos são «espíritos ao serviço de Deus, enviados a fim de exercerem um ministério a favor daqueles que hão-de herdar a salvação» (2Cor 12,2). Não tomeis tal afirmação por inconcebível, pois o Criador, o próprio Rei dos anjos, «não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por todos» (Mc 10,45). Que anjo desdenharia pois tal serviço, onde o precedeu Aquele que os anjos servem no céu com pressa e alegria? 
Por São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense e doutor da Igreja
1º Sermão para a festa de São Miguel


segunda-feira, 19 de setembro de 2011

São Junuário (São Genaro)

No Brasil, quando se fala em São Januário, se pensa logo no conhecido estádio de futebol do Clube de Regatas Vasco da Gama. Seu nome oficial é Estádio Vasco da Gama, mas ficou conhecido como São Januário, por ter parte dele na rua São Januário. É o maior estádio de futebol privado do Rio de Janeiro.

São Januário nasceu em Nápoles, no ano 270 d.C. Nada se sabe ao certo sobre os primeiros anos de sua vida. Em 302 foi ordenado sacerdote, e por sua piedade e virtude foi escolhido, pouco depois, para Bispo de Benevento. Sua caridade, infatigável zelo e solicitude pastoral desterraram de sua diocese a indigência, tendo ele socorrido a todos os necessitados e aflitos.

Quando em 304, o imperador romano Diocleciano desencadeou em todo o Império cruel perseguição contra o Cristianismo, obrigando os fiéis a oferecer sacrifícios às divindades pagãs, nosso santo teve muitas ocasiões de manifestar o valor de seu zelo, socorrendo os cristãos, não só nos limites de sua diocese, mas em todas as cidades circunvizinhas. Penetrava nos cárceres, estimulando seus irmãos na fé e perseverança final, alcançando também, naquela ocasião. grande número de conversões. O êxito de seu apostolado não tardou a despertar atenção de Dracônio, governador da Campânia, que o mandou prender.

Diante do tribunal, São Januário foi reprovado pelo pró-consul Timóteo, que lhe apresentou a seguinte alternativa:
— “Ou ofereces incenso aos deuses, ou renuncias à vida”.
— “Não posso imolar ao inimigo, pois tenho a honra de sacrificar todos os dias ao verdadeiro Deus” - respondeu com altaneria o santo, referindo-se à celebração eucarística.
Irado, o pró-consul ordenou que o santo Bispo fosse lançado imediatamente numa fornalha ardente. Mas Deus quis renovar em favor de seu fiel servo o milagre dos três jovens israelitas, atirados também nas chamas, de que fala o Antigo Testamento. São Januário saiu desta prova do fogo ileso, para grande surpresa dos pagãos.

O tirano, atribuindo o prodígio a artes mágicas, ordenou que São Januário e mais seis outros cristãos fossem conduzidos a Puzzoles, onde seriam lançados às feras na arena.
No dia marcado para o suplicio, o povo lotou o anfiteatro da cidade. No centro da arena. São Januário encorajava os companheiros: “Ânimo, irmãos, este é o dia do nosso triunfo, combatamos com valor nosso sangue por Aquele Senhor, a quem devemos a vida”.

Mal terminara de falar foram libertados leões, tigres e leopardos famintos, que correram em direção às vítimas. Mas, em lugar de despedaçá-las, prostraram-se diante do Bispo de Benevento e começaram a lamber-lhes os pés. Ouviu-se então um grande murmúrio no anfiteatro, que reconhecia não existir outro verdadeiro Deus senão o dos cristãos. Muitos pediram clemência. Mas o pró-consul, cego de ódio, mandou decapitar aqueles cristãos, sendo executada a ordem na praça Vulcânia, no dia 19 de setembro de 305.
Os corpos dos mártires foram conduzidos pelos fiéis às suas respectivas cidades. Segundo relataram as crônicas, uma piedosa mulher recolheu em duas ampolas o sangue que escorria do corpo de São Januário, quando este era transportado para Benavento.

Os restos mortais do Bispo mártir foram transladados para sua cidade natal — Nápoles — em 432. No ano 820 voltaram para Benavento. Em 1497 retornaram definitivamente para Nápoles, onde repousam até hoje, em majestosa Catedral gótica. Aí se realiza o perpétuo sangue, que se dá duas vezes por ano, no sábado que antecede o primeiro domingo de maio aniversário da primeira transladação, e a 19 de setembro, festa do martírio do santo e no dia 16 de dezembro (dia em que Nápoles foi protegido da erupção do Vesúvio). As datas da liquefação do sangue de São Januário são celebradas com grande pompa e esplendor.

As relíquias são expostas ao público, e se a liquefação não se verifica imediatamente. iniciam-se preces coletivas. Se o milagre tarda, os fiéis compenetram-se de que a demora se deve a seus pecados. Rezam então orações penitenciais, como o salmo “Miserere”, composto pelo Santo Rei Davi.
Quando o milagre ocorre, o Clero entoa solene Te Deum, a multidão prorrompe em vivas. os sinos repicam e toda a cidade se rejubila.

Entretanto, sempre que nas datas costumeiras o sangue não se liquefaz, Isso significa o aviso de tristes acontecimentos vindouros, segundo uma antiga tradição nunca desmentida.
O sangue de São Januário está recolhido em duas ampolas de vidro, hermeticamente fechadas, protegido por duas lâminas de cristal transparente. A ampola maior possui 60 cm cúbicos de volume; a menor tem capacidade de 25 cm cúbicos. Em geral, o sangue endurecido ocupa até a metade da ampola maior; na menor, encontra-se disperso em fragmentos.

A liquefação do sangue produz-se espontaneamente, sob as mais variadas circunstâncias, independentemente da temperatura ou do movimento, o sangue passa do estado pastoso ao fluido e, até, fluidíssimo. A liquefação ocorre da periferia para o centro e vice-versa. Algumas vezes, o sangue liquefaz-se instantânea e inteiramente, ou, por vezes, permanece um denso coágulo em meio ao resto liquefeito. Alterar-se o colorido: desde o vermelho mais escuro até o rubro mais vivo. Não poucas vezes surgem bolhas e sangue fresco e espumante sobe rapidamente até o topo da ampola maior.

Trata-se verdadeiramente de sangue humano, comprovado por análises espectroscópicas.
Há algumas peculiaridades, que constituem outros milagres dentro do milagre liquefação, há uma variação do volume: algumas vezes diminui e outras vezes aumenta até o dobro. Varia também quanto à massa e quanto ao peso.

Em janeiro de 1991, o prof. G. Sperindeo utilizando-se, com o máximo cuidado, de aparelhos de alta precisão, encontrou uma variação de cerca de 25 gramas. O peso aumentava enquanto o volume diminuía. Esse acréscimo de peso contraria frontalmente o princípio da conservação da massa (uma das leis fundamentais da Física) e é absolutamente inexplicável, pois as ampolas encontram-se hermeticamente fechadas, sem possibilidade de receber acréscimo de substâncias do exterior.

A notícia escrita mais antiga e segura do milagre consta de uma crônica do século XIV. Desde 1659, estão rigorosamente anotadas todas as liquefações, que já perfazem mais de dez mil!

A relíquia de São Januário tem protegido Nápoles eficazmente contra a peste e as erupções do Vesúvio, distante da cidade apenas duas léguas e meia. Por ocasião de uma erupção em 1707, que ameaçava destruir Nápoles, o povo levou as ampolas em solene procissão até o sopé do vulcão; imediatamente a erupção cessou!

Em 1944, o Vesúvio expeliu lavas, cinzas, pedras e uma poeira arenosa, que alcançou grande altura. Foi sua última erupção. O vento levou essa poeira através do Mediterrâneo, a qual chegou a atingir a Grécia, a Turquia, a Espanha e o Marrocos. Nápoles permaneceu imune.

Supliquemos na data de hoje a este grande Santo Protetor, que salve não apenas Nápoles, mas a Itália e o mundo inteiro de um incêndio mil vezes pior do que o produzido por erupções vulcânicas: o comunismo, a seita atéia, antinatural e igualitária, que visa varrer da face da terra o nome cristão.

           Blog Canto da Paz
           Evangelho Cotidiano





quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Natal do Stanford



"O que vocês verão neste vídeo é um Natal politicamente correto, inclusivo, sem a comemoração do nascimento de ninguém; um simples feriado sem razão de ser. Claro que tudo é temperado pelo inimitável humor de Stanford Nutting, que agora nos apresenta sua família, com realce para seu sobrinho Tommy, que acaba de ser crismado é uma figura!"

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Exaltação da Santa Cruz

ELSHEIMER ADAM / Glorification Of The Cross


Exaltação da Santa Cruz


A Igreja universal celebra hoje a festa da Exaltação da Santa Cruz. É uma festa que se liga à dedicação de duas importantes basílicas construídas em Jerusalém por ordem de Constantino, filho de Santa Helena. Uma foi construída sobre o Monte do Gólgota; por isso, se chama Basílica do Martyrium ou Ad Crucem. A outra foi construída no lugar em que Cristo Jesus foi sepultado pelos discípulos e foi ressuscitado pelo poder de Deus; por isto é chamada Basílica Anástasis, ou seja, Basílica da Ressurreição.

A dedicação destas duas basílicas remonta ao ano 335, quando a Santa Cruz foi exaltada ou apresentada aos fiéis. Encontrada por Santa Helena, foi roubada pelos persas e resgatada pelo imperador Heráclio. Segundo contam, o imperador levou a Santa Cruz às costas desde Tiberíades até Jerusalém, onde a entregou ao Patriarca Zacarias, no dia 3 de Maio de 630. A partir daí a Festa da Exaltação da Santa Cruz passou a ser celebrada no Ocidente. Tal festividade lembra aos cristãos o triunfo de Jesus, vencedor da morte e ressuscitado pelo poder de Deus.
 

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

«Se alguém quiser vir Comigo [...] tome a sua cruz e siga-Me»

São Boaventura (1221-1274), franciscano, Doutor da Igreja comentou em sua
Vida de S. Francisco, Legenda Major, cap. 13 sobre esta passagem do Evangelho (São Mateus 16,24-28):
 
Naquele tempo, Jesus disse, então, aos discípulos: «Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.
Quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perder a sua vida por minha causa, há-de encontrá-la.
Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua vida? Ou que poderá dar o homem em troca da sua vida?
Porque o Filho do Homem há-de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um conforme o seu procedimento.
Em verdade vos digo: alguns dos que estão aqui presentes não hão-de experimentar a morte, antes de terem visto chegar o Filho do Homem com o seu Reino.»


"Dois anos antes da sua morte, Francisco percebeu que depois de ter imitado a Cristo durante a vida, devia agora também imitá-Lo na Sua Paixão. Isto em nada o assustou, tanto mais que, transportado para Deus pelos desejos dum arrebatamento absolutamente seráfico e transformado pela compaixão n'Aquele que, «pelo amor imenso» (Ef 2,4), quis ser crucificado, enquanto rezava numa certa manhã na encosta da serra que se chama Monte Alverne, por alturas da Festa da Exaltação da Santa Cruz, viu descer do céu um serafim com seis asas resplandecentes como lume. De uma assentada chegou perto do homem de Deus, e uma pessoa apareceu então por entre as suas asas: era alguém crucificado, com os braços e as pernas estendidos e pregados a uma cruz.


Esta visão mergulhou Francisco no mais profundo assombro, uma vez que no seu coração se misturavam a tristeza e a alegria. Rejubilava com o olhar benevolente com o qual se viu estimado por Cristo na figura dum serafim, mas aquela crucifixão trespassava a sua alma de dor e de compaixão como uma espada (Lc 2,35). Desse modo, essa visão maravilhosa mergulhou-o na mais alta perplexidade, até porque sabia que um ser imortal como um serafim não podia de maneira alguma suportar os sofrimentos da Paixão. Por fim, graças à luz do Céu, compreendeu por que razão a divina Providência lhe enviara uma visão assim: não era pelos martírios do corpo que devia transformar-se na figura de Cristo crucificado, mas através do amor que incendeia a alma." 

terça-feira, 26 de julho de 2011

Santo Agostinho

"Deixai que se irritem contra vós aqueles que não sabem com que trabalho se chega à verdade e se evita o erro."

quarta-feira, 20 de julho de 2011

"A filosofia tomista está mais próxima da mente do homem comum do que a maioria das filosofias"

É o que diz G K Chesterton.

 












"A filosofia de Santo Tomás fundamenta-se na convicção comum universal de que ovos são ovos. O hegeliano pode dizer que um ovo é na verdade uma galinha, porque é parte de um processo interminável de vir-a-ser; o seguidor de Berkeley pode sustentar que os ovos poché só existem tal como existe um sonho, visto que é tão fácil considerar o sonho como a causa dos ovos quanto os ovos como a causa do sonho; o pragmatista pode acreditar que obtemos o melhor de nossos ovos mexidos esquecendo que eles um dia foram ovos e lembrando apenas do mexido. Mas nenhum discípulo de São Tomás precisa confundir o cérebro para mexer adequadamente os ovos; não precisa colocar a cabeça em nenhum ângulo estranho para olhar os ovos, olhar para eles com os olhos meio fechados ou ficar piscando um dos olhos para ver uma nova simplificação dos ovos. O tomista toma posição em plena luz do dia no meio da fraternidade dos homens, participa de sua consciência comum de que os ovos não são galinhas nem sonhos nem meros pressupostos práticos, mas coisas confirmadas pela autoridade dos sentidos, que vem de Deus."

Fonte: São Francisco de Assis e São Tomás de Aquino, Editora Ediouro. 3ª Edição - 2003 - Pág. 326.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Hilaire Belloc

"Quanto mais o Estado se intromete para assegurar condições de segurança e suficiência, quanto mais regula os salários, fornece seguros compulsórios, cuidados médicos, educação e, em geral, se apodera das vidas dos assalariados, para o benefício das companhias e dos homens que empregam os assalariados, mais se acentua essa condição de semi-escravidão. E, se isso continuar durante, digamos, três gerações, ficará tão completamente estabelecido como um hábito social e quadro mental, que pode não haver escapatória dele nos países em que o socialismo de Estado desse tipo tenha sido forjado e gravado no corpo político."

terça-feira, 28 de junho de 2011

A Igreja não é refúgio de carolas

Por Rafael Vitola Brodbeck

Retiro a expressão que dá título a este artigo do equivalente assinado pelo senador Gilberto Amado, sob o título “O Brasil e a renascença católica”, publicado em 1930. Na ocasião, o ilustre político, que já exaltara as qualidades intelectuais de outros católicos, como o leigo Carlos de Laet e o Cardeal Arcoverde, punha-se a tecer a elegia de Alceu de Amoroso Lima, o “Tristão de Ataíde”.

De fato, ao contrário do que propugnam os anticlericais – tomada a palavra em sua pior acepção –, nunca se opôs a Igreja ao fomento da cultura, da ciência e das artes. Não são seus templos redutos exclusivos de beatas, senhoras piedosas, e homens iletrados. É católica a Igreja, i.e., universal, acolhendo todas as almas, das mais variadas colorações sociais, étnicas e circunstanciais.

Desde seu surgimento, justificou, como pedira o apóstolo São Pedro, as razões de sua esperança. Explicou-se aos romanos perseguidores, desfez os equívocos da heresia – “a verdade que enlouqueceu”, no dizer de Chesterton –, alcançou os simples e os poetas, os analfabetos e os filósofos. Deu-nos gigantes da têmpera de um Jerônimo, de um Irineu, de um Crisóstomo, de um Atanásio e de um Agostinho. Forjou, em Santo Tomás de Aquino, o diálogo perfeito entre as letras clássicas, sobretudo de Aristóteles, e o Evangelho. E legou-nos, dos escombros do Império dilacerado pelos bárbaros – que ela converterá depois, começando pelos francos de Clóvis e Clotilde –, a civilização que não se envergonhou de chamar-se "Cristandade".

Quando se dá conta dessa verdade, o laicista enfurece. Nem todos os Richard Dawkins juntos poderão negar a evidência de que a Igreja de Cristo não só não se opôs ao desenvolvimento humano, científico e literário, como o incentivou positivamente. Mais do que isso: o pensamento cristão é, como direi, uma causa do método científico. Ao conceber um Deus Criador que rege o mundo por leis imutáveis dispostas em sua sabedoria, e não pelo mito ou pelo acaso, põe-se o pensador impregnado de cristianismo a perscrutar essas leis. Daí a física, a biologia, a química, vindas, é claro, do legado helênico - não por acaso, o menos mitológico e o mais próximo, entre os filósofos, da idéia cristã de divindade -, porém elevadas a um patamar talvez impossível sem a fé. O Deus cristão assume a natureza humana, encarna-se, e suas leis passam a ser objeto de estudo. A própria moralidade do bem supremo que é Deus converte-se em paradigma de um novo Direito, que mescla a cientificidade do latino com a humanidade evangélica.

O incremento das modernas técnicas agronômicas cooube aos monges beneditinos e cistercienses, que transformaram lodos e pântanos em locais de pastagem e agricultura, criando mosteiros sustentáveis. As noções de liberdade e moral em economia são fruto dos neoescolásticos de Salamanca. E o Direito Internacional é cria de padres católicos: Francisco Suárez, Francisco de Vitória, Bartolomeu de las Casas.

Contra isso, o laicista se levanta. Pode tolerar a senhora, com seu véu negro, desfiando as contas de seu rosário na igreja à meia-luz. Rasga suas vestes de pavor, entretanto, ao deparar-se com o já citado Chesterton, ou a descobrir que Pascal era cristão - embora jansenista. Quando percebe que Pasteur era católico e devoto, sua ira se intensifica. É-lhe impossível reconhecer, sem rubor ou violência, a profunda fé de inúmeros responsáveis pelo incremento da ciência - além dos referidos Pascal e Pasteur, Mendel, Copérnico, Jerôme Lejeune, descobridor da origem genética da Síndrome de Down e que está em processo de beatificação, Georges Lemâitre, padre que propôs o que viria a ser a Teoria do Big Bang (provando que ciência e relato bíblico não são excludentes), Pierre Pérignon (sim, o inventor do espumante era monge), Landell de Moura, padre gaúcho que inventou o rádio. Descobrindo o catolicismo de intelectuais do calibre do historiador Christopher Dawson, do escritor J.R.R. Tolkien, autor da monumental saga de "O Senhor dos Anéis", do economista Thomas Woods, do arquiteto Gaudí (que logo será beatificado), da medievalista francesa Régine Pernoud, ou dos grandes pensadores convertidos Cardeal Newman, Marcel de Corte, Dietrich von Hildebrand, Hilaire Belloc, Paul Claudel, Jacques e Raíssa Maritain, Santa Edith Stein, ou um cineasta de sucesso como Mel Gibson, não pode o inimigo da religião ficar impune em seu erro.

O Brasil não foge a tão robusta tradição. Herdou de Camões, o pai da última flor do lácio, que insculpiu em seus Lusíadas, a mais varonil fé católica e uma impactante devoção à Cruz e ao Cristo, a formação cristã de seus intelectuais. Daí que nos honremos da fibra de Dom Vital, mártir branco no regime do padroado, a pena polêmica e sagaz de Laet, Arcoverde, Eduardo Prado, Joaquim Nabuco (o patriarca da abolição),  Felício dos Santos, João Gualberto (que refutou magristralmente as tresloucadas teses criminológicas lombrosianas), Júlio Maria, Dom Macedo Costa. Daí o orgulho por Jackson de Figueiredo, por Amoroso Lima, por Leonel Franca, pelo gênio Gustavo Corção, por Maurílio Teixeira-Leite Penido, o grande comentador de Pio XII. Daí a figura ímpar, ainda que por muitos incompreendida, de Plínio Corrêa de Oliveira. Daí a liderança do Cardeal Leme.

Leigos e padres não se furtaram a dar sua contribuição à humanidade. Espiritual e temporal. Tal qual o homem, que não é alma penada, tampouco um cadáver ambulante.

Rafael Vitola Brodbeck, casado e pai de família, é Delegado de Polícia no Rio Grande do Sul, e coordena o Salvem a Liturgia, sendo responsável nesse site pelos textos sobre erros litúrgicos, incentivo ao latim, e comentários sobre rubricas e normas. É membro da Sociedade Internacional Santo Tomás de Aquino (SITA/Roma), e da Academia Marial de Aparecida. Desde 1998, é incorporado ao Regnum Christi. Ministra palestras sobre temas litúrgicos e doutrinários

terça-feira, 21 de junho de 2011

«Apertado é o caminho que conduz à vida»

Evangelho segundo S. Mateus 7,6.12-14.
«Não deis as coisas santas aos cães nem lanceis as vossas pérolas aos porcos, para não acontecer que as pisem aos pés e, acometendo-vos, vos despedacem.»
«Portanto, o que quiserdes que vos façam os homens, fazei-o também a eles, porque isto é a Lei e os Profetas.»
«Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que seguem por ele.
Como é estreita a porta e quão apertado é o caminho que conduz à vida, e como são poucos os que o encontram!» 

 
Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Orígenes (c. 185-253), presbítero e teólogo
Homilias sobre o Êxodo, nº 5, 3; SC 321


«Apertado é o caminho que conduz à vida»
Vejamos o que Deus disse a Moisés, que ordem lhe deu sobre o caminho a escolher [...]. Pensavas talvez que o caminho que Deus mostra é um caminho fácil, que não tem absolutamente nada de difícil ou de penoso; pelo contrário, trata-se de uma subida, e bem tortuosa. Porque esse caminho por onde chegamos às virtudes não é um caminho a descer, mas a subir, e é uma subida íngreme e difícil. Escuta ainda o Senhor no Evangelho: «Quão apertado é o caminho que conduz à vida!» Vês, portanto, como o Evangelho está em harmonia com a Lei. [...] Na verdade, até os cegos conseguem vê-lo claramente: um só Espírito escreveu a Lei e o Evangelho.



O caminho por onde vamos é portanto uma tortuosa subida [...]; os actos e a fé comportam muitas dificuldades, muitas tribulações. Pois são imensas as tentações e os obstáculos que se opõem àqueles que querem agir segundo Deus. Depois, na fé, encontramos muitas coisas tortuosas, muitos pontos de discussão, muitas objecções heréticas. [...] Escuta o que disse o Faraó ao ver o caminho que Moisés e os israelitas tinham tomado: «Andam perdidos na terra.» (Ex 14,3). Para o Faraó, aqueles que seguem a Deus perdem-se. É que, como dissemos, o caminho da sabedoria é tortuoso, com muitas curvas, muitos desvios. Assim, confessar que há um Deus único, e afirmar na mesma confissão que o Pai, o Filho e o Santo Espírito são um só Deus, quão tortuoso, quão difícil e inextricável parecerá aos infiéis! Acrescentar ainda que «o Senhor da glória» foi crucificado (1 Cor 2,8), e que Ele é o Filho do homem «que desceu do Céu» (Jo 3,13), quão tortuoso e difícil parecerá, também! Quem sem fé isto ouve, dirá: «Andam perdidos na terra». Mas tu, sê firme, não ponhas em dúvida uma tal fé, sabendo que Deus te mostra esse caminho da fé. 

sábado, 21 de maio de 2011

Professores modernistas e Chesterton.

Este pequeno vídeo é bastante familiar. Lembra padres e religiosos TL's que adoram ministrar "cursos" paroquiais e diocesanos. Amam compartilhar experiências, mas como todo bom comunista, odeia ser contrariado. Lembra também nossos professores marxistas. Sim, aqueles mesmos que adoram entupir a cabeça de nossos filhos com sua doutrinação vermelha. 


quinta-feira, 17 de março de 2011

Nobre

"Nunca o homem-massa teria apelado a nada fora dele se a circunstância não lhe houvesse forçado violentamente a isso. Como agora a circunstância não o obriga, o eterno homem-massa, conseqüente com sua índole, deixa de apelar e sente-se soberano de sua vida. Contrariamente, o homem seleto ou excelente está constituído por uma íntima necessidade de apelar de si mesmo a uma norma além dele, superior a ele, a cujo serviço livremente se põe. Lembre-se de que, no início, distinguíamos o homem excelente do homem vulgar dizendo: que aquele é o que exige muito de si mesmo, e este, o que não exige nada, apenas contenta-se com o que é e está encantado consigo mesmo (É intelectualmente massa aquele que ante um problema qualquer se contenta com pensar o que boamente encontra em sua cabeça. É, pelo contrário, egrégio aquele que desestima o que acha sem prévio esforço em sua mente, e só aceita como digno dele aquilo que está acima dele e exige um novo estirão para alcançá-lo.). Contra o que sói crer-se, é a criatura de seleção, e não a massa, quem vive em essencial servidão. Sua vida não lhe apraz se não a faz consistir em serviço a algo transcendente. Por isso não estima a necessidade de servir como uma opressão. Quando esta, por infelicidade, lhe falta, sente desassossego e inventa novas normas mais difíceis, mais exigentes, que a oprimam. Isto é a vida como disciplina – a vida nobre –. A nobreza define-se pela exigência, pelas obrigações, não pelos direitos. Noblesse oblige. “Viver a gosto é de plebeu: o nobre aspira a ordenação e a lei” (Goethe). Os privilégios da nobreza não são originariamente concessões ou favores, mas, pelo contrário, são conquistas, e, em princípio, supõe sua conservação que o privilegiado seria capaz de reconquistá-las em todo instante, se fosse necessário e alguém se lho disputasse."

Fonte: Ortega y Gasset, J. A Rebelião das Massas. e Booksbrasil , 2003. 37 p.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Quem disse que não pode doutrinar?

No Directório Geral da Catequese, encontramos válidas indicações para animar biblicamente a catequese e, para elas, de bom grado remeto. Neste momento, desejo principalmente sublinhar que a catequese «tem de ser impregnada e embebida de pensamento, espírito e atitudes bíblicas e evangélicas, mediante um contacto assíduo com os próprios textos sagrados; e recordar que a catequese será tanto mais rica e eficaz quanto mais ler os textos com a inteligência e o coração da Igreja» e quanto mais se inspirar na reflexão e na vida bimilenária da mesma Igreja. Por isso, deve-se encorajar o conhecimento das figuras, acontecimentos e expressões fundamentais do texto sagrado; com tal finalidade, pode ser útil a memorização inteligente de algumas passagens bíblicas particularmente expressivas dos mistérios cristãos. A actividade catequética implica sempre abeirar-se das Escrituras na fé e na Tradição da Igreja, de modo que aquelas palavras sejam sentidas vivas, como Cristo está vivo hoje onde duas ou três pessoas se reúnem em seu nome (cf. Mt 18, 20). A catequese deve comunicar com vitalidade a história da salvação e os conteúdos da fé da Igreja, para que cada fiel reconheça que a sua vida pessoal pertence também àquela história.

Nesta perspectiva, é importante sublinhar a relação entre a Sagrada Escritura e o Catecismo da Igreja Católica, como afirma o Directório Geral da Catequese: «A Sagrada Escritura, como “Palavra de Deus escrita sob a inspiração do Espírito Santo”, e o Catecismo da Igreja Católica, enquanto importante expressão actual da Tradição viva da Igreja e norma segura para o ensino da fé, são chamados a fecundar a catequese na Igreja contemporânea, cada um segundo o seu próprio modo e a sua autoridade específica».

Fonte: Verbum Domini

Quem não participa de pastoral é menos católico?

Com a palavra o Cardeal J. Ratzinger:

"A libertação fundamental que a Igreja nos pode oferecer consiste em nos manter dentro do horizonte do eterno e em fazer-nos sair dos limites de nosso saber e poder. Por isso, a própria fé, em toda a sua grandeza e amplitude, é sempre a reforma essencial de que precisamos. É sempre a partir dela que devemos reexaminar as estruturas humanas que se constituíram dentro da Igreja. Isto significa que a Igreja deve ser a ponte da fé e não pode, principalmente na vida de suas associações dentro do mundo, colocar-se como um fim em si mesma. Encontramos, aqui e ali, mesmo em altos circulos eclesiásticos, a idéia de que uma pessoa é tanto mais cristã quanto mais se envolve em atividades eclesiásticas. Pratica-se uma espécie de terapia ocupacional eclesiástica. Para cada um arranja-se uma comissão ou, de qualquer modo, uma função dentro da Igreja. Fazem crer que sempre se deve falar da Igreja ou fazer alguma coisa que diga respeito a ela. Mas um espelho que só reflete a si mesmo não é mais um espelho. Uma janela que não deixa o olhar abrir-se livremente, mas se interpõe como um obstáculo entre o observador e a paisagem, não tem razão de existir. Pode acontecer que uma pessoa exerça ininterruptamente atividades dentro das associações eclesiásticas e, no entanto, não ser cristã. Pode ocorrer que alguém viva da Palavra e dos sacramentos e pratique o amor que vem da fé, sem jamais ter sido visto em associações eclesiásticas, sem se ter ocupado com novidades da política eclesiástica, sem ter participado de sínodos e ter votado neles, e, no entanto, ser um verdadeiro cristão. Não precisamos de uma Igreja mais humana; precisamos de uma Igreja mais divina, que será então realmente humana. E por isso tudo o que é feito pelo homem dentro da Igreja deve ser visto em seu caráter de puro serviço, subordinado ao essencial."

Fonte: Ratzinger, Cardeal J.Compreender a Igreja hoje - Vocação para a comunhão. Petrópolis: Vozes, 2006. 81 p.

terça-feira, 15 de março de 2011

São João Crisostomo ensina as 5 vias da penitência

“Queres que cite as vias da penitência? São muitas, é certo; variadas e diferentes; mas todas levam ao céu:

PRIMEIRA VIA DA PENITÊNCIA: a reprovação dos pecados
Sê tu o primeiro a dizer os teus pecados para seres justificado. O Profeta tão bem dizia: ‘Confessei contra mim mesmo a minha injustiça ao Senhor, e Ele perdoou a impiedade do meu coração’. Reprova também tu aquilo em que pecaste; basta isto ao Senhor para desculpar-te. Quem reprova aquilo em que pecou, custará mais a recair. Estimula o acusador interno, a tua consciência, para que não venhas a ter acusador lá adiante no tribunal do Senhor. Esta primeira, é ótima via de penitência.

SEGUNDA VIA DA PENITÊNCIA: o perdão das faltas do próximo
Não guardemos lembrança das injúrias recebidas dos inimigos, dominemos a cólera, perdoemos as faltas dos companheiros. Esta segunda via não é nada inferior à primeira. Com esta via, aquilo que se cometeu contra o Senhor será perdoado. Eis outra expiação dos pecados. ‘Se perdoardes aos vossos devedores, também vos perdoará o vosso Pai celeste’.

TERCEIRA VIA DA PENITÊNCIA: a oração
Nesta via, a oração deve ser muito ardente e bem feita; uma oração que brote do mais fundo do coração.

QUARTA VIA DA PENITÊNCIA: a esmola
A esmola possui muita e poderosa força no caminho para a conversão e transformação do coração. Leva à prática da caridade e ao desprendimento dos bens e de si mesmo.

QUINTA VIA DA PENITÊNCIA: a humildade
Ser modesto no agir e humilde, não menos que tudo o mais, destrói os pecados. Testemunha disto é o publicano que não podia dizer a seu favor nada feito com retidão, mas em vez disso ofereceu a humildade e depôs pesada carga de pecados.

Estão indicadas assim, as cinco vias da penitência. Não sejas preguiçoso, meu irmão, mas caminha todos os dias por elas. São fáceis e portanto, não podes nem sequer objetar a pobreza, pois ainda que pela indigência leves vida dura, renunciar à ira e mostrar humildade está em teu poder, bem como rezar assiduamente, condenar os teus pecados e perdoar os dos outros. Em parte alguma a pobreza é impedimento. O que digo aqui, naquela via de penitência que consiste em dar dinheiro (falo de esmola) ou em observar os mandamentos, será obstáculo à pobreza? A viúva que deu dois tostões já respondeu. Tendo, pois, aprendido o meio de curar as nossas chagas, usemos deste remédio. E com isso, recuperada a saúde, vamos com confiança à mesa sagrada e corramos gloriosos ao encontro de Cristo, Rei da glória; e alcançaremos os eternos bens, por graça, misericórdia e benignidade de nosso Senhor Jesus Cristo.”

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Crucifixo

Enquanto a nossa presidente retira o Crucifixo de seu gabinete (se diz "católica", bom lembrar que fez o sinal da cruz errado numa missa em Aparecida, durante a campanha eleitoral) e juntamente com seus amiguinhos comunistas pretende retirar o símbolo dos cristãos de todos os órgãos públicos e escolas, vale a leitura desta reflexão de São João Crisóstomo sobre o Evangelho de hoje:

Evangelho segundo S. Marcos 8,27-33.
Jesus partiu com os discípulos para as aldeias de Cesareia de Filipe. No caminho, fez aos discípulos esta pergunta: «Quem dizem os homens que Eu sou?» Disseram-lhe: «João Baptista; outros, Elias; e outros, que és um dos profetas.» «E vós, quem dizeis que Eu sou?» perguntou-lhes. Pedro tomou a palavra, e disse: «Tu és o Messias.» Ordenou-lhes, então, que não dissessem isto a ninguém. Começou, depois, a ensinar-lhes que o Filho do Homem tinha de sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos doutores da Lei, e ser morto e ressuscitar depois de três dias. E dizia claramente estas coisas. Pedro, desviando-se com Ele um pouco, começou a repreendê-lo. Mas Jesus, voltando-se e olhando para os discípulos, repreendeu Pedro, dizendo-lhe: «Vai-te da minha frente, Satanás, porque os teus pensamentos não são os de Deus, mas os dos homens.» 

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia e depois Bispo de Constantinopla, Doutor da Igreja
Homilias sobre o Evangelho de São Mateus, n° 54

«Os teus pensamentos não são os de Deus, mas os dos homens.»


Pedro considera os sofrimentos e a morte de Cristo de um ponto de vista puramente natural e humano, e esta morte parece-lhe indigna de Deus, vergonhosa para a Sua glória. Cristo repreende-o e parece dizer-lhe: «Não, o sofrimento e a morte não são indignos de Mim. As ideias mundanas baralham e confundem a tua capacidade de ajuizar. Afasta essas ideias humanas; ouve as Minhas palavras do ponto de vista dos desígnios do meu Pai, e compreenderás que esta morte é a única que convém à Minha glória. Julgas que é uma vergonha para Mim sofrer? Pois quero que saibas que é vontade do diabo que Eu não cumpra assim o plano da salvação.» [...]

Que ninguém core devido aos sinais da nossa salvação, que são tão dignos de veneração e de adoração; a cruz de Cristo é a fonte de todo o bem. E através dela que nós vivemos, que somos regenerados e salvos. Carreguemos a cruz como uma coroa de glória. Ela põe a sua marca em tudo o que nos conduz à salvação: quando somos regenerados pelas águas do baptismo, a cruz lá está; quando nos aproximamos do altar para receber o Corpo e o Sangue do Salvador, lá está; quando impomos as mãos sobre os eleitos do Senhor, lá está. O que quer que façamos, ela aparece, como sinal de vitória para nós. Eis a razão porque a pomos nas nossas casas, nas nossas paredes, nas nossas portas; porque fazemos esse sinal na testa e no peito; porque a trazemos no coração. Pois ela é o símbolo da nossa redenção e da nossa libertação, e da misericórdia infinita de Nosso Senhor.